Confronto entre a imprensa e o governo brasileiro ganhou novos contornos e mercado ressente-se
"Ser jornalista no Brasil já era difícil com os ataques e perseguições encorajados pelo Presidente da República. Com a crise dos jornais, as reduções nos salários e os despedimentos, a situação piorou", considerou Pierpaolo Bottini, coordenador do Observatório da Liberdade de Imprensa na Organização dos Advogados do Brasil.
"A falta de estrutura e de segurança afecta a qualidade do trabalho -- continuou -- e menos informação significa mais enganos, menos transparência e menos cidadania”
Há, ainda, outros factores preocupantes, notou Patrícia Campos Mello. Por exemplo, segundo a autora, Bolsonaro e o seu Secretário de Comunicação, Fábio Wajngarten, pressionam, frequentemente, os anunciantes privados, para deixarem de estabelecer contratos com os “media”, o que tem efeitos negativos nas receitas da imprensa.
Perante este quadro, alguns profissionais lançaram a Campanha para Valorizar o Jornalismo. No seu manifesto, perante as ameaças de cortes por parte das empresas, afirmaram que "consideramos urgente que a sociedade reaja em defesa do valor do trabalho dos jornalistas".
A autora conclui, assim, que a única esperança é que os cidadãos venham a reconhecer a importância da liberdade de imprensa, e que, por isso, consumam jornalismo de qualidade.
Caso contrário, restarão, apenas, os blogues e “sites” ideológicos, que não relatam ou analisam factos, apenas corroboram crenças. “Isto não é informação”.
Leia o artigo original em “Cuadernos de Periodistas”