O autor procurou novos dados sobre a velocidade de propagação das notícias no meio digital a partir de um estudo realizado por três investigadores da Universidade de Munster, na Alemanha. Foram analisados mais de 480 mil artigos noticiosos divulgados pelos sites de 28 principais meios de comunicação alemães, sendo o trabalho de recolha feito durante um período de nove meses, entre 2013 e 2014.

O critério da busca de “eventos caracterizados por essa natureza ‘noticiável’ amplamente partilhada” conduziu a um grupo de 95 notícias principais, descritas em 1.919 artigos nesses 28 sites

Joshua Benton rcorda que tudo se passou há algum tempo, "nos anos de Obama" e, entre os eventos noticiados, sobressaem o caso de Amanda Knox, a jovem americana que esteve presa em Itália, acusada de homicídio de uma colega de apartamento, a morte de Nelson Mandela, ataques de tubarões, a queda do avião da Malásia MH370, a vitória do Qatar para a organização da próxima Taça do Mundo em 2022, a venda da Motorola pela Google, a legalização das drogas leves pelo Uruguay e a história da “múmia misteriosa encontrada num sótão na Alemanha”. 

O estudo revelou que muitos factores identificados não tinham grande importância: 

“Só notícias de tipo negativo, e histórias envolvendo personalidades famosas, aceleravam mais os processos de difusão.” 
Assim, a morte de uma celebridade  - que obtinha alta pontuação tanto na categoria de “desastre” como na de “proeminência” -  fica no topo da capacidade de propagação.  (...) 

E que tipo de histórias podem atrasar essa propagação? O estudo revelou um padrão por contraste:  acontecimentos “caracterizados por um vasto alcance para além de grupos pequenos abrandavam a difusão digital”;  mas outros, com impacto inicial sobre indivíduos ou pequenos grupos, espalham-se mais depressa:

“Quanto mais largo for o leque de pessoas afectadas por um acontecimento, mais provável é que seja menos rápida a difusão dessa notícia desde o início.” 

“Não é especialmente surpreendente que as más notícias se espalhem mais depressa.  (...)  Uma grande história negativa é também o tipo de coisa que um editor não quer falhar. Tendem a ser mais rapidamente partilhadas; e se alguém morre, é mais fácil confirmar isso em 20 minutos do que um caso de intriga política.” 

Mas o autor confessa algum desespero quando pensa na quantidade de horas de trabalho de jornalistas gastas a fazer a sequência de uma história que saíu noutro jornal: 

“Treze daqueles sites gastaram tempo com a múmia do sótão, que finalmente não era assim tão egípcia, e até tinha ossos de plástico  - embora com um crâneo humano autêntico (horripilante)!”  (...)

 

Mais informação no artigo aqui citado  e noutro texto de Joshua Benton