Paulette Desormeaux estava a trabalhar para o Centro de Investigação Jornalístico (CIPER), uma organização sem fins lucrativos, em Santiago, quando lhe foi pedido para investigar uma fraude financeira no maior retalhista do país.

 

Desormeaux não tinha fontes na empresa, La Polar, e não tinha experiência em relatórios financeiros. Contudo, em apenas três meses, construiu histórias premiadas.  Foi aí que a jornalista percebeu que as técnicas de jornalismo investigativo podiam ser ensinadas rapidamente e criou o projecto Advanced Journalism Workshop (Taller de Periodismo Advanzado, em espanhol).

 

Os alunos começam o curso com a tarefa de “criar a sua própria história de jornalismo de investigação com relevância social e com ênfase em políticas públicas que envolvam o Estado; poderes económicos, políticos ou judiciais; ou crime organizado”.

 

É importante que seja um projecto ambicioso, para que os alunos se envolvam no trabalho e, assim, consigam obter melhores resultados.

 

A docente procura, também, incentivar os alunos a desenvolverem uma “mentalidade documental”, recorrendo a “open sources” (“fontes de domínio público”) e a registos do governo. Isto evita que os jornalistas se tornem apenas um “pé de microfone” dos denunciantes.

 

De forma a que os alunos possam aprimorar as suas histórias, a jornalista coloca-os em contacto com repórteres e editores profissionais. Os alunos devem provar a relevância e pertinência da sua história. As críticas que recebem, por norma encorajadas a serem mais duras, ajudam a melhorar as histórias e, ainda, a aumentar a aceitação de críticas por parte dos alunos.

 

Desormeaux defende que é importante incentivar os alunos a procurarem histórias no seu quotidiano e a publicarem as suas histórias online.

 

A jornalista reforça que os alunos não são preguiçosos ou descuidados por natureza, mas que tarefas maçadoras é que geram alunos desinteressados. Assim, acreditar que os alunos se vão dedicar à criação de investigações de grande qualidade é uma das ferramentas chave para o sucesso das reportagens e dos próprios alunos.

 

Mais informação em GIJN.