Como podem os “media” cobrir o vasto Estado do Amazonas
Este “site” conta, ainda, com a colaboração do jornalista Lúcio Flávio Pinto, que assina textos de opinião sobre as terras da Amazónia.
Além de ter uma editoria exclusiva para “questão agrária”, o “Amazónia Real” publica, mensalmente, notícias sobre os conflitos agrários em comunidades quilombolas, indígenas e ribeirinhas.
Ainda assim, grande parte dos cidadãos de Manaus utiliza as redes sociais para se manter informado. Como tal, alguns dos “media” deste município contam com um número substancial de seguidores no Facebook.
O “Portal do Amazonas”, por exemplo, tem mais de um milhão de “gostos”. Embora alguns “posts” sejam assinados pela redacção, outros são reproduções directas de comunicados de imprensa e favorecem, por isso, o ponto de vista governamental.
O mesmo acontece no “Diário do Amazonas” que, com 397 mil “gostos” no Facebook, reproduz peças publicadas em outros jornais e partilha comunicados oficiais.
Além disso, a atenção dada por esta página a populações ribeirinhas, comunidades quilombolas e povos indígenas concentra-se em notícias relacionadas à pandemia da covid-19 e à vacinação.
Em relação a incêndios, o jornal enfatiza as políticas de combate ao fogo, sem informar sobre as causas e consequências ambientais provocadas pelas queimadas.
O mesmo acontece no “Portal Amazónia” que se vale, principalmente, de textos produzidos por assessorias de comunicação. Apesar de não publicar artigos sobre a relação dos ribeirinhos com o meio ambiente, o portal fez uma extensa cobertura do avanço da covid-19 nas comunidades beira-rio.
Na cidade de Parintins, destaca-se o “site” “Parintins 24H”, que dá prioridade a informação política e sobre as autoridades.
Ainda assim, a pandemia fez com que o “Parintins 24H” cobrisse o avanço da covid-19 entre os quilombolas e abrisse espaço para dar visibilidade a iniciativas em prol das reivindicações da comunidade.
No caso de Manacapuru, Itacoatiara e Coari, as menções a problemas ambientais são menos recorrentes.
No portal “Na Hora” (24 mil ‘gostos’ no Facebook) de Manacapuru, foram feitas apenas duas menções a queimadas e desmatamento, ambas reproduzidas de comunicados da Assessoria de Comunicação do Estado.
No “Portal Itacoatiara” (187 mil ‘gostos’ no Facebook), com editorias de Entretenimento, Desporto, Eventos e Geral, a expressão “meio ambiente” aparece, principalmente, em comunicados de instituições e órgãos governamentais.
Por fim, no “site” “ Coari em Destaque” -- o único “media” identificado no município de Coari -- nenhum dos 131 textos postados tratou de temas relacionados ao meio ambiente.
Com isto, é possível concluir que a maioria dos municípios do Amazonas está, ainda, muito dependente do trabalho de agências noticiosas e de comunicados oficiais.
Ainda assim, em Manaus, algumas publicações destacam-se pela extensa cobertura de temas como “meio ambiente” e “mudanças climáticas”, com trabalhos assinados pelos próprios jornalistas.