Por sua vez, alguns dos colaboradores da Fox News optaram por uma retórica diferente, “apontando o dedo” aos republicanos que têm tecido críticas a Vladimir Putin. 


A título de exemplo, numa das emissões em directo daquele canal, o comentador Tucker Carlson questionou a "vilanização" do presidente russo.


“Nenhum líder republicano questionou a loucura [ da cobertura noticiosa actual], e o quão contrária é aos interesses dos cidadãos norte-americanos”, disse Carlson.


Mas, mesmo dentro da Fox News, dá-se conta de diferentes visões do conflito, com a correspondente Jennifer Griffin a acusar Putin de “imaginar ameaças”.


Por outro lado, afirmou a revista “Time”,  na Rússia, onde a maioria dos “media” são controlados pelo Estado,  não há espaço para pluralidade mediática, e está a ser partilhada uma narrativa diferente, que distorce os acontecimentos, e minimiza o sofrimento dos ucranianos.


A obrigatoriedade de seguir a narrativa governamental foi sublinhada num comunicado do regulador dos “media” russos, o Roskomnadzor, afirmando que os jornalistas seriam forçados a utilizar, apenas, “as informações divulgadas por fontes oficiais do governo”.


Assim, jornais como o “RIA News” reproduziram as afirmações do ministro da Defesa,  Sergey Shoygu, que veio contradizer reportagens internacionais, negando o desaparecimento de armamento e veículos russos.


Da mesma forma, a maioria dos “media” russos tem vindo a afirmar que os militares ucranianos não ofereceram qualquer resistência.


Ainda assim, concluiu a “Time”, o controlo dos meios jornalísticos parece não estar a surtir o efeito desejado, uma vez que milhares de cidadãos russos continuam a manifestar-se contra a invasão da Ucrânia, o que resultou na sua detenção.


Recorde-se, entretanto, que os canais da televisão russa têm vindo a ser interditados no espaço da União Europeia.