Como se interroga o artigo de Le Monde que aqui citamos, “passados quase nove meses depois desta redistribuição das cartas, será justificado o alvoroço dos editores da Imprensa?” 

As conclusões de um trabalho muito recente do Instituto Reuters (Digital News Project, sobre o jornalismo privado, a distribuição pelas redes sociais e a mudança do algoritmo) vão neste sentido. Os investigadores estudaram o tráfego do Facebook em doze meios de comunicação de seis países europeus (Portugal não é mencionado) e concluíram que “a audiência gerada pela rede social baixou em média 9% no decurso dos três meses que se seguiram à mudança no algoritmo”  - embora o seu impacto continue a ficar “longe dos cenários apocalípticos” temidos. 

No caso de Le Monde, no entanto, a queda da página Facebook foi de 30%; a do grande diário finlandês Helsingin Sanomat foi de apenas 11%. E, de modo surpreendente, os conteúdos do site italiano TGCOM24 e do britânico The Times ganharam, respectivamente, mais 10% e 14% de interacções pelo Facebook. 

Segundo Le Monde, “os investigadores do Instituto Reuters têm ainda dificuldade em explicar estas disparidades”. 

“Para reduzirem a sua dependência da maior rede social, a maioria dos media interrogados pelo Reuters investiram noutras plataformas, como Instagram, Twitter ou Snapchat, mas o Facebook continua, de longe, a ser o maior fornecedor de leitores.” (...) 


O artigo aqui citado, na íntegra, em Le Monde