Como investigar as redes e identificar “sites” suspeitos
As páginas do Facebook têm um recurso de "transparência", que permite verificar a data de criação da página, a localização dos gestores e se mudou o seu nome ou se publicou algum anúncio.
Outro ponto importante, segundo Craig, é avaliar as conexões da página. Para tal, é necessário analisar os seus seguidores, as conversas, retweets e outro tipo de interacções, pois podem revelar padrões ou alterações drásticas ao longo do tempo.
O Twitter também tem um recurso útil nas páginas de perfil, que lhe recomenda automaticamente outras contas para seguir.
Outra sugestão passa por analisar várias plataformas. "Se há uma operação de informação em curso, geralmente é multiplataforma e utiliza uma variedade de contas de entidades como sites ou páginas", disse Silverman. O objectivo é encontrar o que liga essas contas.
Existem ferramentas como a Namech_k que permitem identificar se um determinado nome de utilizador e se existe em mais do que uma plataforma. O site de monotorização social CrowdTangle, tem uma extensão do navegador que lhe permite identificar a quantidade de páginas web que estão a ser partilhadas e por quem.
Outra ferramenta disponível é o BuzzSumo, que analisa as páginas que geram maior número de interações. Esta informação é importante para medir a disseminação e o impacto da desinformação. Para a pesquisa de ligações entre sites diferentes pode realizar-se a análise do seu Google Analytics e AdSense Ids, de forma a identificar outros sites que partilhem o mesmo ID.
Escolher o momento e a forma de reportar uma campanha de desinformação é, por vezes, uma tarefa complicada, pelo que pode ser útil considerar o "ponto de inflexão", com base no trabalho de Claire Wardle, directora executiva da First Draft – organização sem fins lucrativos de pesquisa, treino e jornalismo colaborativo. Wardle define o ponto de inflexão como o momento em que a história se torna relevante para pessoas fora do nicho da comunidade em que originalmente ocorreu.
Muitas campanhas de informação começam de forma privada, anónima ou em determinados nichos da web, e os jornalistas podem ajudar a disseminá-las ainda mais ao fazerem reportagens. Por vezes, obter cobertura dos meios de comunicação até pode ser o objectivo dessas campanhas de desinformação.
Mais informação na Global Investigative Journalism Network.