Como fazer sair os leitores da sua “bolha” nas redes sociais
O excesso de informação sobre a pandemia -- a chamada “infodemia” -- está a impulsionar as correntes de “fake news”, alertaram Filippo Menczer e Thomas Hills no “site” “Scientific American”.
De acordo com os especialistas em informática e psicologia, respectivamente, isto acontece porque, ao ficarem assoberbados com a quantidade de notícias disponíveis, os cidadãos recorrem ao círculo mais próximo de amigos e colegas de trabalho.
Ou seja, os leitores preferem manter-se na “sua bolha”, que partilha conteúdos que lhes dizem respeito, rejeitando a informação fidedigna partilhada pelos “media”.
Isto tem uma explicação psicológica, baseada no comportamento dos nossos antepassados: por uma questão de sobrevivência, tendemos a confiar no nosso grupo mais próximo.
Em termos técnicos, confiamos na nossa cognição básica para nos defendermos em tempos incertos.
Esta tendência é, agora, amplificada pelas redes sociais, que nos permitem manter contacto constante com amigos e familiares.
Os algoritmos informáticos direccionam-nos para “sites” que “inflamam” as nossas dúvidas e preocupações, promovendo a polarização da sociedade.
Novembro 20
Isto é agravado quando nos cingimos a determinados fóruns, rejeitando a pluralidade. Os grupos tendem a criar uma pressão social para a conformidade, que ultrapassa a nossa capacidade de tomar decisões, fundamentadas nas nossas crenças individuais.
Assim, sentimo-nos atraídos por “conteúdo viral”, que é discutido dentro do nosso grupo, mas que não é, necessariamente, verdadeiro.
Os autores consideram que perceber a nossa cognição básica é o primeiro passo para nos defendermos contra esta tendência. Para Menczer e Hills, para restaurar a credibilidade dos “media” temos de compreender as vulnerabilidades da nossa mente.
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