Como evitar que o jornalismo arda em “lume brando”…
A sua imagem inicial para caracterizar a presente crise dos media foi-lhe dada, aliás, pelo editor de um jornal que pôs as coisas nestes termos:
“Temos duas casas: uma está a arder, e a outra ainda não está construída. Assim, o nosso problema é termos de combater as chamas na casa antiga, ao mesmo tempo que tentamos descobrir como vamos construir a nova.”
Miguel Ormaetxea, editor de Media-tics, resume nos seguintes onze pontos o artigo de Jeff Jarvis:
- - O futuro do jornalismo está em construir relações.
- - Os media devem ser construídos como um serviço, e não como um produto.
- - O que é importante é o valor e não o volume da audiência.
- - É essencial aprender a escutar, para criar comunidades.
- - Deixe que seja a televisão e o Twitter a contarem o que acaba de acontecer.
- - Construa relações de confiança e experimente com eventos.
- - O comércio será importante, faça recomendações em vez de publicidade.
- - Desenvolva talentos sociais para compreender o melhor modo de escutar o público. Importa recolher e analisar dados.
- - É essencial desenvolver múltiplas fontes de receita.
- - Há que repensar o jornalismo de cima abaixo, constantemente e em todas as funções.
- - A profecia da morte do jornal impresso não se confirma. Os editores do papel têm, a curto prazo, a tarefa de repensar os seus produtos: o seu novo design.
Nessa antevisão do jornal do futuro, Jeff Jarvis descreve pessoas “organizadas em equipas capacitadas e multi-funcionais, em torno das comunidades que servem, em vez de silos de produção ou departamentos”.
Todos serão “peritos em escutar”. A empresa dependerá de múltiplas fontes de receita: publicidade de muitas formas e maior qualidade e valor. Incluirá também as assinaturas, a ‘membrasia’, eventos e comércio.
No final, admite que não tem garantia de que mesmo a sua estratégia funcione:
“Só há duas garantias: se não nos reinventarmos, caminhamos para uma morte segura. Estamos no caminho de um longo processo. Ainda não sabemos o que é a Internet. Ainda não sabemos o que pode ser o jornalismo. Mas temos aqui um começo.”
Mais informação em Media-tics e o artigo original, em Medium.com