O comunicado da Comissão da Carteira Profissional de Jornalista, publicado no respectivo site com data de 21 de Junho de 2017, declara:

 

“O Secretariado da CCPJ, depois de visionar o apontamento de reportagem feito pela jornalista Judite de Sousa e emitido no Jornal Nacional da TVI do passado dia 18 de Junho, a propósito do incêndio que lavrou no concelho de Pedrógão Grande, em que se exibe, ainda que coberto, um alegado cadáver carbonizado, deliberou na sua reunião de hoje instaurar um procedimento disciplinar contra a mesma jornalista, por indiciariamente estar configurada a violação do disposto no art.º 14º, n.º 2, d) do Estatuto do Jornalista.” 

O Comunicado do Conselho Deontológico do Sindicato dos Jornalistas, publicado a 26 de Junho de 2017, elogia “a capacidade demonstrada pelos jornalistas e pelos órgãos de comunicação social na cobertura noticiosa da tragédia de Pedrógão Grande e de Góis”. 

Declara, no entanto, que “não pode deixar de condenar, de forma veemente, situações em que houve exposição excessiva de dor das vítimas e outros excessos de sensacionalismo, de que são exemplos a exposição de cadáveres e as entrevistas com pessoas em estado de descontrolo emocional”. 

Reconhecendo que, “num cenário de tragédia como o daqueles incêndios, os jornalistas são colocados perante situações de risco físico e forte pressão emocional”, o CDSJ “alerta as direcções de informação e as editorias dos órgãos de comunicação social para a sua particular responsabilidade jornalística e social no desempenho das suas funções. Daí que devem estar especialmente atentos quando coordenam ou editam reportagens e emissões em directo ou em diferido, em que os jornalistas dos seus órgãos de comunicação social estão a trabalhar em contexto de pressão emocional que pode afectar o seu distanciamento dos factos”. 

Recorde-se que a Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) anunciou, logo no dia 19, a abertura de um procedimento de averiguações sobre a referida reportagem. 

Por seu lado, a Direcção de Informação da TVI respondeu com um comunicado em que contesta o facto de só esta estação e esta reportagem serem alvo do mesmo e defende a sua opção editorial.