“Combater tecnologia com tecnologia” ao serviço do jornalismo
No próximo ano, as empresas tecnológicas e as redes sociais deverão introduzir novas regulamentações, de forma a assegurar a disseminação de informações sobre uma realidade partilhada, caracterizada pela insurgência de novos regimes autoritários, considerou Raney Aronson-Rath, num artigo publicado no “Nieman Lab”.
Aronson-Rath disse ter chegado a esta conclusão após entrevistar Maria Ressa – jornalista filipina que ganhou o Prémio Nobel da Paz, juntamente com o profissional russo Dmitry Muratov – no “podcast” “ The Frontline Dispatch”.
Nessa conversa, Ressa recordou que, a última vez que um jornalista havia recebido o Prémio Nobel da Paz remontava a 1935, altura em que o vencedor, Carl von Ossietzky, estava encarcerado num “campo de concentração Nazi”.
Ressa teceu, neste âmbito, uma paralelismo entre a época do regime Nazi, com a actual era digital: é quase impossível distinguir a verdade, das “teorias da conspiração” e da propaganda que circula através dos novos meios de comunicação.
“Chegámos a um ponto em que – tal como aconteceu no pré-segunda Guerra Mundial – não fazemos ideia de quais são os factos”, disse Ressa.
Por isso mesmo, Aronson-Rath considera essencial que, nos próximos tempos, se criem novos mecanismos para combater “a tecnologia, através da tecnologia”.
Isto é: estabelecer novas ferramentas digitais, focadas na verificação de factos, de forma a contradizer as “fake news” que circulam “online”.
Dezembro 21
Aronson-Rath recorda, neste âmbito, que os esforços começaram a dar-se já este ano, uma vez que alguns ex-colaboradores do Facebook denunciaram as práticas anti-democráticas daquela rede social, impulsionando novas estratégias de combate ao “discurso do ódio”.
A autora sublinha, ainda, que caberá aos jornalistas continuar a utilizar os novos meios tecnológicos para combater a realidade “cinzenta” que essas mesmas ferramentas fomentaram.
E afirma: “No próximo ano, os jornalistas deverão continuar a colaborar e a inovar, para que os factos sobrevivam, e a realidade partilhada se mantenha”.
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