Colaboração entre jornais para combater a desinformação
Nos últimos anos, as redes sociais e as empresas de “fact-checking” começaram a criar ferramentas de combate à desinformação, de forma a evitar o contacto dos cidadãos com conteúdos potencialmente nefastos.
No entanto, a maioria dos jornalistas e das redacções parece ainda não ter implementado esforços para a eliminação de “fake news”, embora esse tipo de medida seja urgente no panorama actual, considerou Vitória Ferreira num texto publicado no “Observatório da Imprensa”, com o qual o CPI mantém um acordo de parceria.
Conforme recordou Ferreira, os investigadores académicos já propuseram diversas formas de combater as notícias falsas, quer através da criação de espaços de debate público, quer através da partilha de relatórios de desmistificação através dos “media”.
Contudo, Ferreira considera que, no Brasil, a resposta é outra, passando pelo estabelecimento de parcerias entre os diferentes meios de comunicação social.
Ferreira recorda, neste âmbito, a criação do Projecto Comprova e do Consórcio de Veículos de Imprensa, que resultam da colaboração entre diferentes redacções.
Em concreto, o Projecto Comprova, criado em 2018, usa o jornalismo colaborativo para realizar a verificação de informações falsas ou duvidosas. Actualmente, reúne jornalistas de 43 redacções, que analisam conteúdos partilhados nas redes sociais, sobre políticas públicas, eleições presidenciais, e também sobre a pandemia.
Já o Consórcio de Veículos de Imprensa surgiu em contexto pandémico, e conta com 700 dias dedicados à desmistificação de “fake news”, graças à colaboração de jornais como o “Estadão”, “Extra” e “A Folha”.
Recentemente, continuou a autora, estes projectos ganharam o prémio da Associação Nacional de Jornais (ANJ), graças à importância do trabalho jornalístico que desenvolveram em cooperação, ajudando o público a ultrapassar “momentos penosos”.
Maio 22
Como tal, a autora acredita que este tipo de iniciativa é a solução mais viável para a promoção do jornalismo fidedigno e, consequentemente, da saúde democrática.
Estas acções, ressalvou Ferreira, podem não ser suficientes para combater as vagas de desinformação. Mas poderão, com certeza, diminuir o seu impacto.
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