O ponto de partida para esta reflexão é o de que a Imprensa se encontra num campo de batalha, e o novo Presidente dos EUA não é o único grande dirigente político a declarar abertamente que está em conflito com os jornalistas do seu próprio país. Neste contexto, os jornalistas são hostilizados sempre que queiram cumprir a sua missão de vigilantes dos abusos do poder; e este, por seu lado, terá sempre como alvo impedir a difusão de informação que lhe pareça inconveniente. 

O trabalho aqui citado tem por título A Guide for the Savvy Journalist in a World of Ever Decreasing Privacy  (Guia para o Jornalista Sabedor num Mundo onde a Privacidade Está a Desaparecer)  e o seu autor é Michael Dagan, apresentado como estando “na transição para estratégias de conteúdo e marketing de conteúdo para pequenas empresas, depois de 25 anos em postos de editoria no grupo de media Haaretz, o principal em Israel”, onde chegou a editor adjunto. 

O texto de introdução diz, entre outras coisas, que “quase todos os sistemas de cifra podem estar em perigo se alguém tiver a determinação de os decifrar”, e as primeiras regras aconselhadas têm a ver com a protecção do computador que se utiliza  -  como reduzir a sua “superfície de ataque”, limitando as aplicações instaladas, usando as que sejam de fontes reconhecidas e que requeiram direitos mínimos, manter o sistema actualizado e com vários controlos de segurança no dispositivo.

O segundo capítulo trata da comunicação que o jornalista estabelece com as suas fontes e da preservação de dados confidenciais. Tem muita informação técnica, sobre os níveis de segurança de ferramentas de cifra disponíveis no mercado, procedimentos a evitar (como não falar por telefone...), transmissão de mensagens de texto, palavras-passe, computadores mais seguros, etc.

O terceiro trata do grau de “anonimato” possível na Internet, dos navegadores existentes, dos motores de busca, e o quarto da protecção do correio electrónico. 

Nas conclusões, o autor cita uma frase da jornalista Tony Loci num artigo sobre o futuro do jornalismo de investigação, para a Fundação Nieman, de Harvard:

“Alguns jornalistas, cientistas informáticos e defensores da privacidade estão de tal modo alarmados que recomendam aos repórteres que façam as coisas à maneira antiga... e que se baseiem em entrevistas presenciais e correio postal.”

 

O artigo inicial, em Media-tics, e o manual de Michael Dagan, na versão em espanhol