Clima de intimidação contra jornalistas no México denunciado por rede internacional

Nos últimos meses da sua vida, Martinez viveu, assim, num “clima de terror”, sem conseguir dormir, ou sair de casa.
De acordo com os relatórios do Cartel Project, a vigilância a jornalistas começou na década de 1990. Contudo os profissionais consideram que a sua actividade foi intensificada entre os anos de 2010 e 2016, época em que Javier Duarte era governador do Estado de Veracruz.
Duarte ficou conhecido por se opor ao escrutínio das associações de direitos humanos e do próprio governo federal.
“Como jornalista da ‘Proceso’, Regina Martínez foi, automaticamente, considerada uma inimiga”, afirmou Jorge Rebolledo, um consultor de segurança radicado na Cidade do México. "As redes de poder em Veracruz são muito complicadas, a relação entre o crime organizado e o governo é cinzenta. Não é fácil perceber quem é mau ou bom, o que vulnerabiliza os jornalistas de investigação".
Em 2018, Andrés Manuel López Obrador, conhecido como Amlo, venceu as eleições presidenciais, sob o compromisso de transformar a política e erradicar a corrupção.
No entanto, a violência -- incluindo o assassinato de jornalistas -- continuou a aumentar, e Amlo tem sido acusado de incitar à hostilidade contra os “media”.
Em Novembro, Amlo afirmou que iria pedir a reavaliação do caso de Martinez. Por enquanto, contudo, o seu assassinato continua por resolver.
(Esta trabalho sobre a situação perigosa para os jornalistas no México foi realizado por Nina Lakhani (“the Guardian”), Dana Priest (“Washington Post”), e Paloma Dupont de Dinechin (“Forbidden Stories”)
Leia o artigo original em “Guardian”