A especialista destaca a banalização da informação no tratamento da violência de género e da transmissão de estereótipos sexistas. A cobertura jornalística de noticiários de televisões privadas chegou, mesmo, a violar as leis de protecção de menores, ao transmitir informações sobre a identidade das vítimas.

Outra agravante, diz, é a extensão da espetacularização, típica dos tablóides aos espaços informativos, normalmente caracterizados por um maior rigor e pela não divulgação de notícias não confirmadas. 


Todos os códigos deontológicos e regras éticas básicas exigem rigor, precisão e veracidade no exercício da função de informar sobre assuntos de interesse geral, especialmente quando se trata de assuntos delicados e que fazem das pessoas anónimas o objecto e sujeito da informação. É nestas ocasiões que se torna necessário um exercício particularmente responsável e escrupuloso do jornalismo, que não viole os direitos das pessoas envolvidas.

Para que se garantam os valores jornalísticos, Fernández Soriano defende a criação um organismo regulador independente para o sector audiovisual em Espanha. No país, as competências em matéria de conteúdos audiovisuais são atribuídas à Comissão Nacional de Mercados e Concorrência (CNMC).A eficiência desses conselhos é relativa, pois não podem agir contra estações nacionais de rádio ou de televisão.

Aquela docente universitária diz-se, ainda, consciente da relutância que a profissão jornalística tem em relação à regulamentação, devido à desconfiança ou medo de medidas de censura. 

O jornalismo deve, então, ser protegido e o “circo mediático” evitado, apela, lembrando que a profissão está contaminada por más práticas que levam à produção de conteúdos semelhantes aos das redes sociais e aos programas de entretenimento.

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Com ilustração de Inquistr