A abundância de referências aos EUA pode sugerir que estamos a falar de uma “moda” americana, mas Alexis Mantzarlis  -  que se define como “um itinerante Greco-Romano, apaixonado por duas cidades e por uma mulher maravilhosa” -   tem o cuidado de dizer, no seu segundo artigo, que, embora a Factcheck.org esteja a fazer 13 anos, o Libération, em França, lançou o seu Désintox há oito anos, e o FullFact, do Reino Unido, bem como o Chequeado, da Argentina, têm ambos seis anos.

 

Sobre a dificuldade em fazer “confirmação de factos” na televisão, os problemas vêm da natureza dos próprios meios.

 

“O que os fact-checkers fazem online, com os hyperlinks, tem de ser feito na TV com gráficos. Estes têm de conter cada número e cada fonte que o ‘confirmador de factos’ menciona  - mas nada mais. Isto significa, frequentemente, a perda de uma quantidade de informação de contexto, comparada com os ‘confirmadores’ online.” 

 

Na Cimeira realizada em Buenos Aires, um dos principais debates andou em torno do projecto de redigir uma declaração de princípios que conduza os “confirmadores de factos” no caminho de uma cada vez maior transparência e consolide a confiança dos leitores neste instrumento. “O documento terá de enfatizar um compromisso apartidário, bem como transparência na metodologia, nas fontes e no financiamento.”

 

“Uma declaração de princípios poderia ajudar a distinguir entre o bom e o mau fact-checking, numa época em que as campanhas políticas, os governos autoritários e os grupos de lobby com agendas duvidosas tentam aproveitar-se do termo.”

“Vamos pedir conselho dos fact-checkers de todo o mundo, nas próximas semanas”  - declarou, na Cimeira, Peter Cunliffe-Jones, director da AfricaCheck.

 

Um dos grupos de trabalho pôs a hipótese de criar informalmente o Dia Internacional do Fact-Checking  -  com a sugestão de que podia ser o 2 de Abril, logo a seguir ao Dia das Mentiras...

 

 

O primeiro artigo, no Observatório da Imprensa, e a notícia sobre a Cimeira