Ciência brasileira abre-se ao jornalismo

Com a missão de estabelecer uma relação entre a ciência brasileira e o jornalismo, a Agência Bori aceitou, em 2021, o desafio de partilhar factos científicos sobre o campo dos sistemas alimentares, um território ainda pouco explorado pelos “media”. Desta forma, explicou Murilo Bomfim num artigo publicado no “Observatório da Imprensa”, os colaboradores da Agência Bori tentaram traçar uma linha contínua entre as diferentes vertentes relacionadas com a produção alimentar. Ou seja, explicou o autor, estes profissionais comprometeram-se a ajudar os “media” a relacionarem conteúdos como a insegurança alimentar, as mudanças climáticas, a persistência da desigualdade social e o aumento da prevalência de doenças crónicas, que, até então, haviam sido abordados de forma “isolada”. A missão da Agência Bori passou, ainda, pela formação de vários profissionais dos “media” brasileiros, que tiveram acesso a aulas com cientistas de diversas áreas relacionadas ao tema, como agronomia, ecologia e saúde pública, entre outras. E o reflexo desse esforço, destacou Bomfim, já apareceu nos jornais impressos, digitais, na televisão e em “podcasts”. Prova disso foram as disseminações de artigos científicos inéditos sobre sistemas alimentares. Só em 2021, os jornalistas tiveram acesso a mais de 20 textos científicos exclusivos, produzindo cerca de 400 artigos sobre os impactos ambientais da dieta brasileira, ou a regulação de bebidas açucaradas.