Centro Báltico ensaia novos modelos para o jornalismo investigativo
"Percebemos que precisávamos de apresentar o nosso conteúdo numa plataforma específica de media social para atingir o público das redes sociais", explica Springe.
Observa, também, que na Letónia, as pessoas vivem em “bolhas” de informação exclusivas, pelo que a colaboração jornalística é fundamental.
"Acho que os media perceberam que estamos a viver uma nova situação no mercado e não precisamos de lutar uns contra os outros, mas sim de nos mobilizarmos contra os gigantes da indústria de tecnologia, como Facebook e Google", refere, defendendo que a união é a única forma de poder vencer essa batalha.
De acordo com Springe, a chave para o sucesso da Re:Baltica, nos últimos anos, tem sido a sua determinação em conhecer o público e fornecer-lhe informações específicas e personalizadas.
Os jornalistas envolvidos no projecto também geram dinheiro, através de trabalho educacional – como palestras sobre literacia mediática –, moderação de eventos, trabalho de pesquisa e documentários.
A Re:Baltica colaborou com várias organizações profissionais e cívicas e com os meios de comunicação regionais, bem como com os seus parceiros regulares.
O modelo de negócios da Re:Baltica não depende de receitas de publicidade ou assinaturas. É baseado em vários fluxos alternativos de renda, cabendo a maior a doações.
Springe rejeita, contudo, a ideia de que existe o perigo deste projecto se tornar demasiado dependente dos doadores.
"Os seus valores nunca estiveram em conflito com os meus e os temas que lhes interessam também me interessam", explicou. Todos os doadores que dão mais de 4.999 euros têm de assinar um acordo, no qual concordam em respeitar a independência editorial da Re:Baltica.
A organização já se candidatou, inclusivamente, para se tornar um parceiro oficial da International Fact-Checking Network, dirigida pelo Instituto Poynter, o que significaria tornar-se um verificador de factos oficial do Facebook.
No que refere à partilha de conteúdos, Springe considera que "uma coisa que percebi é que dedicamos muito tempo à criação de conteúdo, mas não o suficiente para a distribuição”, sublinhando, que, como jornalista, não tem perspectivas de negócio, o que muitas vezes é um dos problemas deste tipo de iniciativas.
Mais informação em GIJN.