“Cartoons” jornalísticos ganham terreno na África Oriental
Em vésperas de eleições no Quénia, previstas para Agosto, o "cartoonista" Gado tem vindo a retratar os candidatos presidenciais com humor corrosivo. Este caricaturista garante, no entanto, que deixou de estar sozinho nesta prática, uma vez que a cultura do desenho humorístico se tem vindo a desenvolver na África Oriental.
Em entrevista para o “Monde”, Godfrey Mwampembwa, conhecido como "Gado", explicou que, ainda assim, tem dificuldade em partilhar alguns dos seus “cartoons”, por serem considerados “ofensivos”.
Perante este cenário, Gado começou a recorrer às redes sociais para publicar todos os seus trabalhos, o que lhe garantiu uma grande quantidade de seguidores, que procuram acompanhar as eleições quenianas de forma livre, sem censura.
“A liberdade de expressão está ameaçada no Quénia. Os políticos infiltraram-se nos ‘media’ e têm muitas maneiras de comprá-los ou de intimidá-los ”, disse Gado.
Embora protegido pela Constituição de 2010, o direito à liberdade de imprensa ainda é, regularmente , atacado no Quénia. Aliás, de acordo com os Repórteres sem Fronteiras, muitos meios de comunicação quenianos são propriedade de políticos ou figuras próximas do governo. Como tal, as redacções estão sob pressão.
No entanto, "o Quénia está mais avançado do que a maioria dos países do continente africano”, considerou Gado, cujo trabalho já gerou controvérsia em nações vizinhas, por criticar e ridicularizar os seus líderes.
Apesar das dificuldades inerentes à profissão, Gado considera que está, agora, a desenvolver-se uma “verdadeira cultura de ‘cartoons’ em toda a África Oriental”.
Junho 22
Esta vitalidade pode, aliás, verificar-se na exposição organizada, em Nairobi, pela Buni Media, lançada por Gabo, em parceria com a Cartooning for Peace.
Entretanto, graças à sua luta pela defesa da liberdade de imprensa, Gabo foi condecorado, em Maio, com a insígnia de Cavaleiro da Ordem das Artes e Letras pela Embaixada da França em Nairobi.
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