“As autoridades não pensam duas vezes sobre o impacto de um bloqueio na vida dos cidadãos”, afirmou a jornalista Marouf Gazi. “Até mesmo os jornalistas de publicações impressas são, altamente, dependentes da internet -- seja para utilizar o Google, seja para comunicar através do WhatsApp, ou enviar os nossos artigos por ‘e-mail’”.


O mesmo tem acontecido na Etiópia, onde o acesso à internet está condicionado desde Novembro de 2020, altura em que se iniciou um conflito local.


Assim, os jornalistas têm conseguido manter o contacto através de chamadas telefónicas e de visitas à redacção, segundo relatou a jornalista Maya Misikir.


Além disso, os profissionais etíopes começaram a estabelecer parcerias com diversas instituições bancárias, que estão, agora, a conceder-lhes acesso à internet. Desta forma, um jornalista fica responsável por se dirigir aos edifícios dos Bancos, para pesquisar todas as questões dos colegas.


“Saber operar sem acesso à internet ensina-nos formas alternativas de procurar informação e verificá-la -- continuou Misikir -- portanto, estaremos mais preparados se os bloqueios voltarem a acontecer”.


Perante este cenário, o CPJ sugere que os jornalistas de países que limitam a liberdade de imprensa accionem alguns mecanismos de defesa contra os bloqueios.


Isto inclui limitar o número de ficheiros importantes em cada dispositivo de acesso à internet e utilizar serviços de mensagens com encriptação ponta a ponta.


O CPJ aconselha, ainda, os jornalistas a manterem-se atentos a quaisquer alterações legislativas, de forma a conseguirem prever restrições futuras.