Segundo recordou a agência Lusa, o Comité de Investigação acusou, em Novembro de 2020,  Protasevich e Stepan Putilo, fundadores do canal “Nexta”, de organizarem motins e incitarem ao ódio.


Na sequência dessa acusação, os dois profissionais foram incluídos na lista de “terroristas”, enquanto a “Nexta” foi classificada como organização extremista.


Recorde-se que, desde o início dos protestos na Bielorrúsia, em Agosto de 2020, centenas de jornalistas foram detidos. Alexander Lukashenko promulgou, entretanto, uma lei de segurança nacional que alarga os poderes da polícia e de outras forças estatais.


Vários países europeus exigiram, agora, uma "explicação imediata” da Bielorrússia, na sequência da intercepção do voo.


"Precisamos de uma explicação imediata do governo bielorrusso sobre o desvio dentro da União Europeia de um voo da Ryanair para Minsk e a alegada prisão de um jornalista", afirmou o secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros alemão, Miguel Berger, na rede social Twitter.


No mesmo sentido, o ministro francês dos Negócios Estrangeiros, Jean-Yves Le Drian, denunciou a gravidade da situação e apelou a uma "resposta firme" dos 27 estados-membros da União Europeia (UE).


O ministro lituano dos Negócios Estrangeiros, Gabrielius Landsbergis, recorreu, igualmente, ao Twitter para apelidar o desvio do avião de uma "notícia perturbadora". Já o Presidente da Lituânia, Gitanas Nauseda, exigiu a libertação imediata do jornalista.


De acordo com os relatórios da Freedom House, a Bielorrússia é um país não livre, onde o governo exerce poder ilimitado sobre os “media”.


Além disso, os jornalistas independentes são, frequentemente, vigiados e multados.


A Bielorrúsia encontra-se em 158º lugar no Índice de Liberdade de Imprensa dos Repórteres sem Fronteiras, que avalia um total de 180 países.