BBC procura “terreno neutro” em trabalho de “fact-checking”
Apesar de o conceito de “fact-checking” ser, relativamente, recente, a BBC realiza um trabalho semelhante há mais de 80 anos, que passou, numa primeira fase, pela monitorização das propagandas dos governos, emitidas através da rádio.
O operador público britânico realizava este tipo de análise de forma a traçar as principais mensagens transmitidas e a desmistificá-las junto dos cidadãos.
Esta necessidade foi-se tornando mais urgente com o desenvolvimento tecnológico e com as redes sociais, que são consideradas verdadeiros “palcos” de “fake news”.
Assim, a BBC formou uma equipa especializada -- composta por cerca de 200 jornalistas -- que se dedica, há mais de um ano, a explorar as principais “vagas” de desinformação, a um nível internacional, revelou a responsável Rebecca Skippage, em declarações ao “Reuters Institute”.
Todos os dias, os especialistas realizam uma análise profunda daquilo que lêem e ouvem, de forma a detectar os objectivos dos difusores. Desta forma, a BBC tem conseguido encontrar um “terreno neutro”, perante o discurso polarizado.
Novembro 20
Esta experiência internacional, de média duração, permitiu que a equipa respondesse, eficazmente, à infodemia sobre o coronavírus. Ou seja, a BBC já dispunha de mecanismos suficientes para definir prioridades e decidir os assuntos sobre os quais seria conveniente reportar.
Até porque, por ser um operador público, a BBC tem que debruçar-se sobre questões éticas. Por exemplo, a equipa de “fact-checking” deve medir os “prós e os contras” de amplificar um determinado tema.
Graças a este esforço, a BBC tem recebido “feedback” positivo dos consumidores, que ainda acreditam que operador ainda é a fonte mais fiável para obter informações noticiosas.
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