Bancas de jornais anunciam boicote contra taxa extra da Vasp
Os postos de venda de jornais estão a preparar um boicote à venda de todos os periódicos nos dias 18 e 19 de Junho, num protesto contra a taxa extra de distribuição da Vasp, adiantou a Associação Nacional de Vendedores de Imprensa (AVNI).
Em comunicado, a ANVI recordou que a Vasp anunciou, em Maio, “que iria passar a cobrar aos cerca de 6.500 postos de venda e a partir de 4 de Julho de 2021 taxas diárias de 1,50 euros acrescido de IVA de segunda-feira a sábado e de 1,00 euro aos domingos (num valor mensal de mais de 300 mil euros) pelo serviço de distribuição do qual já lucra através das respectivas comissões junto das editoras”.
Na mesma nota, a associação realçou que “as novas condições impostas pela Vasp são insuportáveis para os postos de venda”.
“Considerando que os vendedores de imprensa tiveram e continuarão a ter um papel determinante no acesso dos portugueses à informação, e motivo pelo qual não se aceita nem pode aceitar a sobrecarga deste sector pela Vasp sem possibilidade de negociação”, no “dia 18 e 19 de Junho de 2021, centenas de agentes irão boicotar – como forma de protesto – a venda de todos os jornais a nível nacional”, assegura.
Além disso, “a ANVI está a preparar a entrada de uma providência cautelar bem como participação à Entidade Reguladora”.
A associação quer, igualmente, “combater práticas comerciais abusivas ou com recurso a abuso de posições dominantes ou de exclusividade na distribuição, defender a liberdade de expressão e acesso a uma imprensa livre e sem obstáculos, censuras ou de carácter tendencioso e, ainda, prestar apoio a nível nacional de vendedores de imprensa e de quaisquer outras publicações periódicas”.
Recorde-se que , em 6 de Maio, a Vasp enviou uma nota aos clientes relativa à actualização das condições de fornecimento, explicando que iria passar a aplicar taxas aos postos de venda.
Junho 21
“Apesar dos vários apelos dirigidos ao Governo da República, a Vasp não recebeu até à data qualquer tipo de apoio do Estado, tendo os seus accionistas vindo a suportar os fortes prejuízos resultantes da manutenção desta actividade”, justificou, à época, a distribuidora, pedindo um “esforço conjunto” aos postos de venda, seguindo o modelo em vigor “em outros países europeus”.
Criada em 1975, a VASP é controlada por dois dos maiores Grupos de comunicação social do país. Era detida, até ao ano passado, em partes iguais, pela Cofina -- detentora do “Correio da Manhã” --, Global Notícias e Impresa (dona do “Expresso”).
No início deste ano, a Impresa vendeu a sua participação por 2,1 milhões de euros, que foi repartida entre a Global Notícias e a Cofina, ficando cada uma destas com uma posição total de 50% na VASP.
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