Balsemão e Sofia Branco temem ameaças sobre a liberdade de Imprensa
Ao desenvolver o tema, Francisco Balsemão alertou para o "enfraquecimento" das empresas de media por via da "fuga da publicidade para os grandes agregadores e redes sociais, que, à conta dos conteúdos que desviam e não remuneram, atraem a grande fatia da publicidade". O presidente da Impresa, de acordo com o Correio da Manhã, concluiu que "o prejuízo é duplo" e põe em risco a liberdade de imprensa.
O painel-debate foi moderado por Henrique Pires Teixeira e teve a participação de Octávio Ribeiro, director do Correio da Manhã e da CMTV, Vasco Marques Correia, advogado, o Prof. Jónatas Machado, da Universidade de Coimbra, e Pedro Camacho, director de Informação da Agência Lusa.
Numa entrevista à Agência Lusa, Sofia Branco, do Sindicato dos Jornalistas, reconheceu que, no caso português, "até agora, os jornalistas não correm risco de vida, mas isso não quer dizer que não corram outros riscos" - sublinhando especialmente a situação da precariedade de emprego e suas consequências:
"A precariedade é avassaladora e tem impacto no exercício da profissão" - alertou - já que o medo de perder o emprego, por exemplo, leva muitas vezes a que o jornalista "não ouse escrever certas coisas, fazer certas perguntas ou criticar abertamente nas redacções". Ora, "quando há esse risco de ter consequências, isso coloca a ameaça da autocensura. Os jornalistas têm consciência disso e é uma das grandes ameaças à liberdade de imprensa".
Também à Agência Lusa, o Presidente da Entidade Reguladora para a Comunicação Social, Carlos Magno, declarou que, em tempos de crise económica, "há quem berre mais e com menos qualidade, porque falam as emoções e o desespero, e essas pessoas têm direito a dizer o que pensam, embora pensem pouco do que dizem".
Afirmou também que "compete às elites, em momentos de crise, perceber que é obrigatório usar a liberdade de imprensa para canalizar energias, em vez de dispersar, fazer com que a primeira palavra de ordem seja a liberdade e não mandar calar as minorias".
"Por isso, não há liberdade de imprensa sem diversidade, sem profissionalismo. Assistimos a um movimento pendular que é a profissionalização das fontes e a proletarização dos jornalistas" - disse ainda Carlos Magno.
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