Autoridades bielorrussas perseguem jornalistas e restringem liberdade de imprensa

“As autoridades não gostam da forma como os media estrangeiros estão a fazer o trabalho, de como estão a fotografar e a escrever sobre a violência policial. Por isso, “querem assustar os jornalistas, pôr os media numa situação de autocensura”.
Segundo o “Guardian”, após as eleições presidenciais de 9 de Agosto, consideradas fraudulentas pela União Europeia, Estados Unidos e pela oposição, o Ministério dos Negócios Estrangeiros bielorrusso rejeitou a maioria dos pedidos de acreditação de jornalistas estrangeiros, depois de Lukashenko ter manifestado o seu desagrado com a cobertura feita antes das eleições.
Por isso, muitos jornalistas entraram na Bielorrússia como turistas, sem os documentos oficiais exigidos pelo Governo. Outros ficaram retidos no aeroporto de Minsk, onde lhes foi negada a entrada no país.
“Isto basicamente significa que eles [jornalistas] podem ser presos e acusados se forem apanhados nas ruas em reportagem. É difícil antever que impacto esta decisão terá”, escreveu, no Twitter, a jornalista Nataliya Vasilyeva, correspondente do jornal britânico “The Telegraph”, em Moscovo.
No entanto, sublinhou o jornalista bielorrusso Franak Viacorka, muita da informação sobre a Bielorrússia circula na redes sociais, sobretudo através do “Telegram”, com mensagens encriptadas, um dos factores que contribuiu para que os protestos ganhassem maior dimensão.
“Lukashenko não compreende que mesmo que proíba ou detenha jornalistas não vai conseguir parar a informação. Vivemos no tempo das redes sociais e a informação encontra sempre forma de vir a público”, reiterou Viacorka.
De acordo com a Freedom House, a Bielorrússia é um país não-livre. O governo exerce poder ilimitado sobre os “media” e o jornalismo independente é restringido.
Além disso, os jornalistas são, muitas vezes, alvo de perseguições e violência.
Leia o artigo original em “Público”