O texto do relatório, de 79 páginas, foi hoje tornado público, mas a Agência Associated Press já tinha obtido uma cópia para o Parlamento Britânico, que teve no primeiro dia de Fevereiro um debate sobre “as mortes de profissionais e de cidadãos jornalistas em zonas de conflito”. Este relatório vai estar também em foco na reunião da Unesco sobre este mesmo assunto, que se realiza em Paris.

Apesar das promessas de protecção, vindas de instâncias tão elevadas como as Nações Unidas, a FIJ declarou ter decidido publicar este trabalho, sob o título  “25 Anos de Contribuição para um Jornalismo Mais Seguro”, para sublinhar o agravamento de um clima de impunidade que facilita o trabalho dos assassinos e faz dos jornalistas alvos fáceis. A Federação estima que só um em cada dez assassínios chega a ser investigado.

O total de mortes registadas foi de 40 no primeiro ano em que a FIJ partiu para esta contagem, em 1990, mas desde 2010 nunca fica abaixo dos 100. “Os últimos dez anos foram os mais perigosos  - disse o Secretário-Geral, Anthony Bellanger -  sendo o de 2006 o pior de todos, com 155 assassínios.”

Segundo o relatório elaborado pela FIJ, o Iraque é o país mais perigoso para os profissionais dos media, com 309 mortes no último quarto de século, a partir de 2003, o ano da invasão do país pelo exército norte-americano. Em segundo lugar estão as Filipinas, onde houve 146 vítimas mortais, e em terceiro o México, com 120.

A FIJ é a maior organização de jornalistas do mundo. Representa cerca de 600 mil profissionais em 139 países e é a entidade que atribui a Carteira Internacional de Jornalistas. A Federação baseia a sua informação na recolha junto de uma variedade de fontes, nomeadamente as associações suas filiadas em cerca de 140 países, em fontes policiais e relatórios de natureza política. São contadas as mortes ocorridas em assassínios intencionais, em incidentes de fogo cruzado e em ataques com bombas.

Mais informação no DN e no Independent. O Relatório da FIJ.