Associação bielorrussa distinguida por defender imprensa
A Associação de Jornalistas da Bielorrússia (AJB) foi distinguida com o Prémio Guillermo Cano de Liberdade de Imprensa da UNESCO, pelo seu trabalho contra a repressão do Presidente, Alexander Lukashenko.
“Este prémio é para todos os jornalistas independentes bielorrussos que continuaram a trabalhar nos últimos dois anos, apesar de toda a pressão, proibições de publicação e prisões”, disse o presidente da AJB, Andreï Bastunets, que fugiu do país em 2021, e se encontra em lugar desconhecido.
Fundada em 1995, em reacção à ascensão de Alexander Lukashenko ao poder no ano anterior, a AJB lutou, durante vários anos, para preservar a liberdade de imprensa na Bielorrússia. Contudo, foi forçada a encerrar a sua actividades durante a onda de repressão que ocorreu no Verão passado.
De acordo com dados da AJB, mais de 24 jornalistas estão, actualmente, atrás das grades na Bielorrússia.
“Praticamente todos os títulos independentes na Bielorrússia foram banidos devido ao seu carácter ‘extremista’.. Muitos [jornalistas] deixaram a Bielorrússia, mas outros continuam a trabalhar, a escrever para ‘media’ estrangeiros”, explicou Andreï Bastunets.
“(…) O facto de alguns ficarem prova a sua coragem. Qualquer líder autoritário visa controlar a informação. Houve uma pressão constante desde o momento em que Lukashenko chegou ao poder”, acrescentou.
De acordo com relatos da AJB e de outros grupos activistas, a repressão aos jornalistas na Bielorrússia tem continuado a agravar-se.
A título de exemplo, Katsiarina Andreïeva, jornalista do canal televisivo Belsat com sede na Polónia, foi acusada de traição e pode ser condenada até 15 anos de prisão.
Já a editora-chefe do semanário “Novy Tchas”, Oksana Kolb, foi presa por “perturbar a ordem pública”.
Abril 22
Estes incidentes foram, entretanto, condenados pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros de França.
“Este procedimento é uma nova ilustração da política de repressão contínua contra os ‘media’ independentes ou qualquer outra forma de oposição ao regime ilegítimo de Alexander Lukashenko”, denunciou a diplomacia francesa.
O Prémio Guillermo Cano, cuja cerimónia oficial de entrega está agendada para 2 de Maio no Uruguai, pretende relembrar o trabalho desenvolvido pelo jornalista colombiano Cano Isaza, assassinado em 1986 em Bogotá.
“Mais uma vez, o exemplo dele inspira-nos e lembra-nos da importância de garantir que os jornalistas, onde quer que estejam, possam trabalhar com liberdade e segurança”, disse a directora-geral da UNESCO, Audrey Azoulay.
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