A partir de 20 notícias com conteúdos científicos, publicadas em três jornais, e onde estavam explícitos os nomes dos jornalistas e dos cientistas que estiveram em contacto, Helena Mendonça procedeu  “ a uma observação indirecta das interacções, através dos relatos dos agentes. A análise qualitativa teve como referencial teórico um conjunto de conceitos como ordem da interacção, sistemas de regras sociais, quadro e cultura de interacção, centrais para o esclarecimento das acções e intencionalidades dos agentes em co-presença”.

 

A principal conclusão desta análise , segundo a autora da tese , aprovada por unanimidade do Júri, pode ser sintetizada da seguinte forma: quando jornalistas e cientistas se encontram numa entrevista, desenvolvem estratégias de articulação de regras dos seus campos e de disposições adquiridas em relações sociais mais vastas, que possibilitam a emergência de formas culturais específicas.

Estas culturas da interacção traduzem-se num conjunto de informações científicas de compromisso, com o objectivo de integrar um texto jornalístico.

 

Os resultados sugerem que os potenciais conflitos que as diferenças culturais poderiam desencadear se diluem nos quadros de interacção configurados pelos actores, que ali fazem confluir uma série de dimensões pessoais, sociais, profissionais, e desencadear um conjunto de práticas e representações convenientes aos objectivos do encontro.

A nova doutorada tem-se dividido entre o jornalismo e a actividade docente na área das Ciências de Comunicação.