As redacções devem ser “Comunidades de Prática”
As Comunidades de Prática “permitem que repórteres, editores, designers e programadores troquem informações sobre a melhor forma de [adaptar] as novas tecnologias à realidade de cada redacção e às especificidades do público alvo da publicação”.
Trata-se, no fundo, de retomar o espírito de equipa e entreajuda que vigorava nas melhores redacções, em que os mais velhos eram tutores dos mais novos e o ofício se aprendia todos os dias - mas desta vez diante de problemas inteiramente novos e sem soluções prontas a servir.
O autor dá um exemplo brasileiro, do GPS-Jor – Novos Rumos para o Jornalismo, “desenvolvido conjuntamente pela UFSC e pelo IELUSC, de Joinville, [que] incluiu a formação de uma Comunidade de Prática entre os instrumentos usados para desenvolver colectivamente conhecimentos sobre governança em projectos jornalísticos na era digital. Trata-se de um tema ainda pouco estudado, onde os pesquisadores recorrem à produção colectiva de conhecimentos, a partir de experiências individuais”.
Carlos Castilho parte da constatação de que “a maior parte dos resultados do processamento digital de notícias é perdido devido a dois tipos de distorções existentes dentro das redações”:
“A primeira delas é causada pelo sistema industrial de produção em grandes e médias empresas jornalísticas, onde as redacções acabaram se transformando em ‘linhas de montagem’ de notícias. A outra distorção, surgida já na era do jornalismo digital, é o enorme desperdício de dados e informações provocado pela ausência de políticas de produção de conhecimento nas redacções.” (...)
“Actualmente - como afirma - as redacções vivem o conflito entre uma produção informativa socialmente relevante e a manutenção do sistema industrial, voltando para a venda da notícia como commodity [bem de consumo].” (...)
O artigo citado, no Observatório da Imprensa, incluindo o link para uma apresentação do conceito actual de Comunidades de Prática