As mudanças lexicais nos “media” devido ao coronavírus
A pandemia veio alterar o dia-a-dia da sociedade, estando, não só, na origem de uma crise sanitária, económica e social, mas, igualmente, de uma crise cultural, defendeu o jornalista Arsenio Escolar num artigo publicado nos “Cuadernos de Periodistas”, editados pela APM, associação com a qual o CPI mantém um acordo de parceria.
Ora, de acordo com o autor, à semelhança de outras crises profundas, esta fez-se acompanhar do seu próprio léxico, que tem vindo a ser difundido pelos “media” e a incorporar-se, progressivamente, em todos os idiomas.
Novas palavras foram adoptadas, assimiladas e amplificadas pelos meios de comunicação social, até se tornarem termos populares, de uso generalizado. E, da mesma forma, alguns recursos expressivos voltaram a reforçar a sua eficácia, como é o caso do eufemismo, da metáfora, do oxímoro e do paradoxo.
Além disso, algumas palavras foram “ressuscitadas”, como é o caso de “confinamento”.
O confinamento, precisamente, deu origem a algumas “neo-palavras”, que acabaram por ser difundidas e amplificadas nos “media”.
Setembro 20
E, como não há crise ou grande acontecimento sem estrangeirismos, o autor destaca uma expressão que “veio para ficar”: o “distanciamento social”, ou “social distancing”, em inglês.
Contudo, são mesmo os recursos linguísticos que recebem a “medalha de honra”, já que foram utilizados, vezes sem conta, por autoridades de saúde e figuras políticas, em declarações à imprensa.
O eufemismo, por exemplo, tem sido sempre um dos principais recursos da comunicação política.
Por outro lado, a metáfora mais utilizada pelos líderes políticos durante a pandemia, refere-se à luta contra o coronavírus como uma “guerra”.
Para oxímoros, nenhum é tão representativo desta crise como a “nova normalidade”.
E entre os paradoxos, “nada é tão significativo e emblemático como um positivo num teste ser a coisa mais negativa que pode acontecer, e um negativo ser o melhor, um grande alívio, pura felicidade”.
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