A autora concluiu, assim, que as “fake news” tinham efeitos no comportamento dos leitores, mas não de forma dramática. A título de exemplo, os cidadãos que leram o artigo sobre as “apps” de registo, tinham menos 5% de probabilidade de descarregar as plataformas, do que os consumidores que não leram a peça.


Além disso, Greene concluiu que alguns dos inquiridos desenvolveram “memórias falsas” quanto às peças de desinformação.


Estes efeitos foram pouco expressivos, e não se registaram em todos os artigos. 


Contudo, conforme ressalvou a autora, os pequenos impactos podem resultar em grandes mudanças no futuro.


Greene recordou, neste sentido, que, nos anos 2000, notícias falsas sobre a correlação da vacinação e o autismo resultaram na diminuição da taxa de vacinação na infância -- cerca de 10% -- e no aumento dos casos de sarampo.


Portanto, assinala a investigadora, é possível que as “fake news” possam traduzir-se, futuramente, em consequências nefastas para a saúde pública.

Posto isto, Greene conclui que os governos devem adaptar as suas estratégias de combate à desinformação, como forma de evitar futuros surtos da doença.