O governo argelino condenou o empresário dos “media”, Ihsane El-Kadi, a três anos de prisão e a pagar uma multa de 100 mil dinares (650 euros), proibindo-o de exercer funções por um período de cinco anos.
De acordo com o “Monde”, esta é a mais recente medida da Argélia para silenciar vozes dissidentes que apoiem o Hirak, um movimento civil iniciado em 2019, em protesto contra a reeleição de Abdelaziz Bouteflika.
El-Kadi, que havia demonstrado em 2019-2020 o seu apoio ao Hirak, foi processado pelo ex-ministro da comunicação e ex-jornalista Amar Belhimer, por “divulgação de informações falsas capazes de minar a unidade nacional", por “perturbar as eleições” e por “reabrir o arquivo da tragédia nacional”.
A acusação de "reabrir o arquivo da tragédia nacional" refere-se à Carta para a Paz e Reconciliação Nacional, adoptada em 29 de Setembro de 2005, com o objetivo de "virar a página" da "década sombria" de 1990.
Esta carta veio, assim, obrigar a uma “amnésia colectiva” sobre esses anos, em que milhares de argelinos perderam a vida. O documento foi, por isso, criticado pela oposição política.
Agora, para muitos jornalistas e activistas, o caso de El-Kadi é apenas mais um reflexo da imposição de autocensura do país, que tem vindo a silenciar as vozes dissidentes, enfraquecendo o sector mediático, onde já não existe espaço para debate livre.
Recorde-se que, nos últimos anos, o governo argelino tem vindo a reforçar as restrições à imprensa livre, o que resultou, recentemente, na não renovação da licença de emissão do canal noticioso France 24.
À época, a Federação Internacional de Jornalistas (FIJ) considerou a medida “extremamente preocupante", apelando, por isso, às autoridades argelinas que respeitassem a liberdade de imprensa e que libertassem todos os jornalistas detidos no país.
Maio 22
Por sua vez, a organização Repórteres Sem Fronteiras (RSF) manifestou preocupação no Twitter sobre "a gravidade e arbitrariedade” da decisão do governo.
A Argélia encontra-se em 134º lugar no Índice de Liberdade de Imprensa dos RSF, entre 180 países.
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