O título da aplicação é Museu do Ontem e, “à medida que é feita a aproximação dos pontos mapeados, a tecnologia de geolocalização destrava histórias tão antigas quanto as da Família Real portuguesa até às mais recentes, como a das vigas de aço sumidas da demolição do viaduto da Perimetral, passando por episódios tenebrosos da Ditadura Militar”. (...) 

Natália Viana, co-directora da Agência Pública, sublinha “a importância histórica do lugar, hoje reconhecida pelo período da escravidão”, e o interesse da aplicação “para aproximar o público dessa história; a ideia é trazer a informação jornalística para outros públicos”, como diz no texto publicado pelo Centro Knight, que aqui citamos. 

Também é possível ao utente-visitante aventurar-se num dos “cinco percursos temáticos: da Corrupção, do Terror, do Samba, dos Fantasmas e História do Brasil Express. No roteiro dos fantasmas, por exemplo, são revelados episódios tristes e pouco discutidos que assombram a Zona Portuária. Alguns podem levar até três horas para serem completados. (...) É possível explorar o Porto tanto pelo mapa actual quanto pelo desenho de 1832, recriado pela artista plástica Juliana Russo”. (...) 

O projecto desta aplicação “faz parte dos LABs – Laboratórios de Inovação em Jornalismo, destinados à experimentação de linguagem. É dali que também surgiram 100 e Vigilância, dois grandes trabalhos de reportagem cuja narrativa é apresentada de forma não-linear, decidida pelo leitor”. 

“Esta aplicação é um passo além, o usuário caminhou por ali, olhou os casarões, a informação fica mais profunda”, comenta Natália Viana. “Quisemos trazer a possibilidade da experimentação. Esses projectos são pensados desde o início como uma mistura de jornalismo, tecnologia e arte”. 

 

O texto no site do Knight Center, e a ligação ao Museu do Ontem