Anunciantes querem aliança com redes sociais para travar “fake news”
Rogers reclama "mais transparência" para permitir que os anunciantes saibam quais são os editores que postam os seus anúncios e afirma: “A displicência com que as marcas encaram este assunto revela que não estão particularmente preocupadas em saber se a sua publicidade é inserida no meio de artigos falaciosos”.
Existem várias organizações encarregadas de alertar os anunciantes para este assunto. Uma das mais activas, a Sleeping Giants, desafia as empresas publicamente no Twitter. Desde a sua criação mais de 4.000 empresas removeram as suas inserções publicitárias do site Breitbart News, anteriormente chefiado pelo ex-assessor do presidente dos EUA, Steve Bannon.
Grande desafio para a imagem das empresas
A Sleeping Giants tem uma filial em França, onde também outras organizações como Ripost ou Stop Hate Money, especializados na luta contra o conteúdo de ódio, estão a tentar secar as receitas de publicidade deste tipo de sites de desinformação.
Em Fevereiro, vários grandes anunciantes como a Nestlé, McDonald's, Disney ou AT & T suspenderam as suas campanhas publicitárias no YouTube, depois de descobrirem que os seus anúncios apareciam inseridos no início de vídeos com crianças, aparentemente inócuos, mas amplamente comentados por pedófilos.
Hoje, os vários intervenientes no mercado publicitário querem ser proactivos neste assunto. Em Junho, por ocasião do encontro anual do sector no Festival Cannes Lions, dezasseis anunciantes globais que incluem empresas como a Danone, Unilever, Bayer, LVMH, Mondelez etc., juntaram forças para formar uma aliança com as redes sociais Facebook, Google, Twitter e as grandes agências de publicidade GroupM e Publicis. As suas prerrogativas ainda não estão claras, mas a colaboração das partes envolvidas deve permitir que as marcas pressionem as principais redes sociais, no sentido de melhorarem a regulamentação sobre conteúdo de ódio e a desinformação.
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