Depois de uma reunião em França, na terça 14 de Novembro, com os empregados da empresa, naturalmente alarmados com as más notícias da Bolsa, as grandes declarações para o exterior foram feitas em Barcelona, no dia seguinte, no contexto da conferência anual da Morgan Stanley.

Foi aí que, segundo Le Monde, foi pronunciada “a principal mensagem dirigida aos mercados, que é concentrada sobre as economias a realizar”. A Altice poderá vender alguns activos não estratégicos, “à semelhança das torres de comunicações móveis, como já tinha feito a Bouygues Telecom, e vai travar a estratégia de compras de direitos desportivos”. 

O Jornal de Negócios, que dedica três páginas a este tema, cita as palavras de Okhuijsen e afirma: 

“Percebe-se a inversão de estratégia da gestão e a mensagem que tentou dar às preocupações dos investidores sobre o nível de endividamento. É que a Altice é de longe a operadora de telecomunicações mais alavancada da Europa. Os dados da Bloomberg mostram que a companhia que em Portugal controla a Meo tem uma dívida líquida de 53,4 mil milhões de euros, o montante mais elevado entre todas as 21 cotadas que integram o índice europeu Stoxx para o sector das telecomunicações.” (...) 

As declarações do administrador financeiro “serviram para pôr fim ao ciclo de oito sessões em queda”, e no dia 15 “os títulos fecharam a subir 7,98% para 9,61 euros, uma cotação que representa já uma recuperação de 18% face ao mínimo desde Abril de 2014 fixado no curso da sessão da véspera”. (...) 

Ainda segundo o Jornal de Negócios, “somando os serviços de fibra e por cabo, a Meo terminou o terceiro trimestre com uma base de clientes de 1,6 milhões no segmento fixo, uma queda de 23%. No móvel, a Meo fechou o mês de Setembro com 6,5 milhões de clientes, uma queda de 4,8%, com a receita média por cliente a cair de 7,1 euros para 6,3 euros. Aliás, esta queda associada ao recuo das receitas do tráfego internacional levaram ao deslize em 3,1% dos proveitos totais para 566 milhões de euros”. 

Segundo Le Figaro, o anunciado desinvestimento da Altice nas compras milionárias de direitos desportivos pode ser “uma má notícia para o futebol francês”.

 

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