Agravou-se o declínio global da liberdade de expressão e o perigo do exercício do jornalismo

Um dos indicadores de medida utilizados pela organização mostra que “a liberdade de expressão está em declínio desde há dez anos, e que esta degradação acelerou nos últimos três anos” - disse ainda Thomas Hughes. “Trata-se de um fenómeno global, com muitas violações a acontecer em países onde a liberdade de expressão era tradicionalmente protegida.”
O relatório identifica 48 países onde este declínio foi verificado, entre os anos de 2014 e 2017. A organização conclui que a hostilidade contra os media está a tornar-se “normal” em todo o mundo, com a proliferação de “homens fortes” populistas, que fazem eco da linguagem do Presidente dos EUA e denigrem os jornalistas simplesmente pelo trabalho que fazem.
Há evidência crescente de que a sua atitude encoraja outros, da Hungria às Filipinas, à Albânia e ao Canadá. O relatório recorda que, em pouco mais de um ano, foram mortos repórteres na Bulgária, Eslováquia, Rússia e Malta.
O diário britânico The Guardian, que aqui citamos, complementa os dados da Article 19 com os do Committee to Protect Journalists, segundo o qual 2018 não vai revelar-se como tendo sido melhor para os jornalistas. O caso de Jamal Kashoggi, morto por forças de segurança sauditas em Istambul, é apenas um entre 31 jornalistas assassinados neste ano.
A Dinamarca surge em primeiro lugar na classificação de liberdade de expressão e informação da Article 19, juntamente com a Noruega, Suíça, Alemanha e Finlândia.
“Houve declínio substancial na capacidade dos jornalistas fazerem o seu trabalho no Iémen, Burundi, Roménia, Zanzibar e na Turquia - onde os repórteres admitem em privado que se abstêm de escrever sobre o Presidente Recep Tayyip Erdogan, pelo receio de consequências judiciais.” (...)
Mais informação em The Guardian e a síntese do relatório no site da Article 19