Agravam-se as ameaças sobre os jornalistas na Europa
São cinco as tendências-chave assinaladas pelo relatório:
- - Legislação de segurança anti-terrorista. Uma legislação bem intencionada, que pretende proteger os cidadãos e instituições de um país, é muitas vezes “cega ao jornalismo de interesse público”. Nos piores casos, é “deliberadamente usada para impedir a divulgação de informação de interesse público”. Em 39 casos referidos, jornalistas foram processados por terem publicado “informação que os governos tinham decidido que não era para debate público”. (...)
- - Interferência política. Pode ser interferência directa no trabalho dos media, para alterar ou impedir a divulgação da reportagem indesejada, eventualmente conseguindo a substituição de profissionais. Ou pode ser mais insidiosa, desacreditando os media, os jornalistas e, em alguns casos, toda a “indústria” da Informação, para semear dúvidas sobre a veracidade do seu trabalho. (...)
- - Assédio pelas redes sociais. Muitos jornalistas têm aproveitado as novas vias abertas pelas redes sociais, para uma interacção com os seus leitores e debates construtivos sobre temas actuais. Mas o outro lado é uma crescente hostilidade contra os jornalistas, manifestada online por muitas formas de assédio ou ameaça. Os profissionais confrontam-se com ela todos os dias, sabendo que essa agressão é também potenciada pelos dirigentes políticos de muitos Estados. As mulheres são as mais visadas.
- - Manifestações de rua. Quando há manifestantes enchendo as ruas, os jornalistas são, necessariamente, dos primeiros a comparecer, como parte do seu dever profissional. Encontram-se também entre os primeiros a serem acossados e insultados. Os incidentes descritos no Mapping Media Freedom dão testemunho das ameaças com que se confrontam em serviço, incluindo falta de compreensão, por parte de algumas forças policiais, sobre o seu papel no local. (...)
- - Televisão pública. Uma tendência significativa, mas com menos destaque durante este período, é a ameaça às emissoras de serviço público. Muitas estações nacionais foram submetidas a um estrito controlo governamental. No seu conjunto, estes relatos sublinham a importância de manter a independência editorial deste serviço público vital.
Mais informação na Federação Europeia de Jornalistas e no site do Index on Censorship.
O relatório disponível em PDF