Agrava-se na China perseguição a jornalistas estrangeiros
As autoridades chinesas parecem estar a “incentivar uma onda de processos judiciais” contra jornalistas estrangeiros, em resposta a entrevistas ou reportagens, com cerca de dez casos registados em 2021, de acordo com um relatório do Clube de Correspondentes Estrangeiros no país.
Estes resultados são baseados num inquérito, preenchido por 127 dos 192 membros daquela associação de jornalistas.
Conforme indica este estudo, um total de “99% dos jornalistas estrangeiros que responderam” à pesquisa anual disse que as suas condições de trabalho no país asiático não atendem aos padrões internacionais.
“O tipo de riscos está a mudar“, observou David Rennie, director da delegação em Pequim da revista britânica “The Economist”, no relatório.
“A imprensa estrangeira corre, agora, o risco de ser punida por sanções legais, reclamações civis ou investigações em nome da segurança nacional, o que é ainda mais preocupante”, descreveu o mesmo profissional.
Em 2020, recorde-se, o governo de Pequim deteve duas profissionais dos “media”, sob a lei de segurança nacional: a jornalista australiana Cheng Lei, apresentadora da televisão estatal CCTV, e Haze Fan, assistente da agência norte-americana Bloomberg News.
Além disso, sublinhou o relatório, os “media” estrangeiros começaram a ser encarados como “inimigos da China”. Sob o pretexto da contenção da Covid-19, Pequim reduziu, aliás, o número de vistos concedidos a órgãos de comunicação estrangeiros.
Esta nova conduta resultou, igualmente, na expulsão de 18 jornalistas de órgãos norte-americanos. Vários “media” dos EUA estão, agora, a cobrir notícias chinesas a partir de outras partes do mundo, com destaque para o Taiwan.
Fevereiro 22
Conforme apontam relatórios da Freedom House, a China é um país não livre, dispondo de uma das maiores, e mais avançadas, máquinas de censura do mundo.
A forte repressão da actividade dos “media” e da liberdade de expressão reflecte-se, muitas vezes, na detenção de jornalistas independentes, ou de cidadãos que denunciem actividades do governo por via das redes sociais.
A China encontra-se em 177º lugar no Índice de Liberdade de Imprensa dos Repórteres sem Fronteiras, entre 180 países.
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