Agrava-se a cruzada de Trump contra os Media e jornalistas nos EUA
Horas antes do comício referido, Jim Acosta, correspondente da CNN na Casa Branca, teve uma troca de palavras tensa com a porta-voz da Presidência, Sarah Huckabee-Sanders, de quem não conseguiu obter uma admissão clara de que a Imprensa não é a “inimiga do povo” - tomando a iniciativa de sair da conferência.
Esta questão tinha sido também abordada, no domingo, entre o proprietário de The New York Times, Arthur Gregg Sulzberger, e o próprio Donald Trump, num encontro na Casa Branca.
O mesmo Jim Acosta foi apupado enquanto tentava fazer a cobertura de outro comício, na quarta-feira, na Florida. Em plena transmissão em directo, apoiantes de Donald Trump manifestaram-se atrás dele, denegrindo a CNN e gritando-lhe que deixasse de mentir.
“Tive a impressão de já não estarmos nos Estados Unidos” - disse mais tarde Jim Acosta. Em mensagem no Twitter, manifestou a sua preocupação de que “a hostilidade instigada por Trump e por alguma da Imprensa conservadora possa resultar em agressões a alguém; não devíamos tratar assim os nossos concidadãos americanos. A Imprensa não é o inimigo.”
De modo semelhante, e em resposta a um tweet do Presidente, também Arthur G. Sulzberger publicou um comunicado em que afirma:
“Eu disse francamente ao Presidente que penso que o seu discurso não era apenas factor de divisão, mas cada vez mais perigoso. Disse-lhe que, embora a expressão fake news seja falsa e nociva, estou muito mais preocupado com a sua forma de caracterizar os jornalistas como ‘inimigos do povo’.”
Em contra-resposta posterior, Trump entende que são os media que “colocam vidas em perigo, e não só de jornalistas, (...) revelando decisões internas da Administração”. (...)
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