A sustentabilidade difícil das “startups” de jornalismo
De todos os dilemas enfrentados, actualmente, pelas “startups” de jornalismo, o mais difícil e, também, o menos discutido é a sustentabilidade financeira a médio e longo prazo, reiterou Carlos Castilho num artigo publicado no “Observatório da Imprensa”, associação com a qual o CPI mantém um acordo de parceria,
De acordo com o autor, esta preocupação começa, finalmente, a tornar-se relevante, porque a esmagadora maioria das iniciativas não consegue sobreviver mais do que dois anos e meio. Os empreendedores estão, assim, a procurar novas fórmulas de gerar receitas.
Isto acontece porque muitos dos projectos demonstraram que é necessário ter uma base financeira sólida, que, até agora, dependia da publicidade.
A análise das iniciativas falhadas sugere, assim, que a solução mais viável para a sobrevivência de projectos jornalísticos “online” assenta, provavelmente, na relação estabelecida com o público.
Ou seja, os empresários devem garantir um nível de proximidade com os leitores, que têm de ser tratados como parceiros, e não como consumidores passivos. Isto obriga a que se investigue a realidade em que se inserem: ou seja, a seguirem a Teoria da Prática.
Novembro 20
Investigadores da Teoria da Prática, como o inglês Nick Couldry, a finlandesa Laura Ahva, a holandesa Tamara Witschge e o norte-americano Theodore Schatzki, afirmam que a investigação dos empreendedores tem de decorrer sem ideias preconcebidas.
Ahva propõe que, no caso de projectos jornalísticos, esta investigação seja feita a partir de três preocupações igualmente relevantes: a análise da realidade material onde o projecto está a ser executado, do tipo de actividade desenvolvida pelos cidadãos que consomem os conteúdos, e a reacção destes leitores ao projecto.
Castilho, conclui, assim, que a procura pela sustentabilidade financeira no jornalismo “online” exigirá tempo e muita criatividade, mas, pelo menos, já há um caminho para explorar.
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