Dan Kennedy explica que “Bezos tem sido um sucesso animador por motivos que não são facilmente repetíveis. Outros proprietários ricos, mesmo com a melhor das intenções, têm descoberto que a sorte em declínio do negócio dos jornais pode ser gerida, não revertida. Não se trata de dizer que não há passos que se possam dar no sentido de repor os jornais num caminho financeiro mais sólido. Mas não há curas milagrosas.” 

“Bezos tem uma grande auto-estima, mas tem revelado uma autêntica humildade na condução do Post  - especialmente na parte jornalística, onde deixou que seja o director executivo, Marty Baron, a fazer o seu trabalho sem interferência. Com mais jornalistas e mais recursos, Baron tem conseguido reinventar o Post, devolvendo-o aos tempos gloriosos dos anos 70 e 80, quando ele competia de frente com The New York Times.” (...) 

“O que Bezos tem feito é trazer desenvolvimento tecnológico e experiência dos consumidores, duas lições que ele aprendeu à frente da Amazon. Teria sido um desastre se Bezos ordenasse ao Baron que fizesse esta reportagem em vez daquela. (...) The Washington Post, hoje, não é só uma grande empresa noticiosa. É também uma locomotiva tecnológica.” (...) 

Infelizmente, segundo Dan Kennedy, nem todos os donos ricos de outros jornais têm conseguido imitar Bezos. “’Dar a volta’” a um grande jornal regional como o Boston Globe, por exemplo, é quase impossível. Nos seus primeiros anos ao leme, John Henry desenvolveu vários projectos digitais e expandiu secções impressas, mas acabou por voltar atrás e despedir pessoal. Agora está a ter algum êxito com as assinaturas digitais pagas, mas as novas instalações de impressão, projectadas para custarem menos e servirem a outros jornais, têm sido afectadas por problemas.” (...) 

O seu comentário a respeito de Los Angeles Times é que, mesmo em anos em que foi detido por propritários de má qualidade, o jornal conseguiu continuar a fazer um trabalho excelente, pelo que “não será necessário um esforço hercúleo para o pôr no bom caminho”. 

“Se Patrick Soo-Siong estiver disposto a subsidiar os prejuízos enquanto dá aos seus executivos o tempo e os recursos de que precisam para encontrar um novo modelo de negócio, deixando trabalhar a redacção com a independência de que precisa, estará a prestar um enorme serviço, tal como fizeram Jeff Bezos e John Henry. Todos esperamos que seja exactamente isto o que ele tem em mente.” 

 

Mais informação no Poynter.org, onde se encontra outro texto recente sobre esta mesma matéria