A solidariedade jornalística posta à prova no clima de hostilidade Trump – Media

O autor lembra os episódios recentes, da conferência de Imprensa de 11 de Janeiro, em que o Presidente chamou fakenews à CNN e recusou responder a uma pergunta do seu repórter presente, designando ainda o BuzzFeed como “um monte de lixo a desmoronar-se”, ou do twitter de 17 de Fevereiro, em que definiu vários grandes jornais e cadeias de televisão como “o inimigo do povo americano”.
Cita depois vários jornalistas que consultou sobre estes factos, com a questão da viabilidade de uma estratégia de solidariedade. Marvin Kalb, cujas reportagens na CNN o colocaram na lista dos “inimigos” de Richard Nixon, pensa que Trump não vai mudar na sua atitude para com os media, e estes também não:
Gary Weiss diz que “há um lado escuro na guerra de Trump contra os media, uma espécie de guerra suja que é travada pelos seus ‘verdadeiros crentes’ contra a Imprensa, sobretudo nos territórios sombrios e anónimos da Internet; quem se atravesse no seu caminho pode tornar-se o alvo de uma campanha de difamação total”. (...)
“O debate presente, no jornalismo como fora dele, é sobre o nível de preocupação que devem os media ter. Será Trump, essencialmente, um delicado que chama nomes, ou está a lançar as fundações de qualquer coisa muito mais escura? Edward Allwood, autor de Dark Days in the Newsroom, uma visão do tratamento da Imprensa pelo senador Joseph McCarthy, receia esta última.”
A respeito do que sucedeu com o BuzzFeed, depois da publicação do dossier sobre Trump e a Rússia, Chip Berlet, um repórter freelance de temas políticos, disse que os jornalistas “estão a cometer os erros do passado, quando se dobram para atacar o BuzzFeed:
“Denunciar a pessoa que está perto de nós, para justificar as nossas próprias credenciais, é uma táctica antiga, que provou ser desastrosa. Isso nunca acaba bem, porque a faca continua a cortar o salame.”
O texto original, na CJR