Por outro, essa mudança no quadro profissional pôs em causa os modelos de negócio tradicionais, já que os anunciantes abandonaram a imprensa para colocar os seus produtos em “sites” como o YouTube, que tem uma audiência mundial.


Da mesma forma, o público tornou-se mais exigente, com expectativas de actualizações ao minuto.


Como recorda Crespo, algumas publicações não conseguiram resistir à “mudança dos tempos”, mas outras foram capazes de reinventar-se totalmente e passaram a apostar na produção de artigos inovadores, de maior profundidade investigativa.


Esta estratégia está a ser adoptada por marcas globais -- como o “Guardian” e o “New York Times” --  mas, igualmente, por algumas “startups” de jornalismo, “com objetivos editoriais muito claros e sem medo de assumir uma posição crítica a favor ou contra determinadas questões sociais”.


Crespo ressalva, contudo, que em Portugal, falta apoio de empresas tecnológicas, que ajudem a lançar o jornalismo nesta nova era.


Ainda assim, o investigador acredita que as novas gerações poderão ajudar projectos mais pequenos a ganhar relevância, graças à diversidade de oferta universitária e formativa que se encontra disponível um pouco por todo o país.

Leia a entrevista original em “Observatório da Imprensa”