A revolução digital está a modificar a estratégia dos grandes jornais dos EUA
Além disso, os “podcasts” têm vindo a ganhar terreno. Por exemplo, “The Daily”, o “podcast” matinal do “New York Times”, superou os mil milhões de “downloads”, desde o seu lançamento em fevereiro de 2017.
Esse “podcast”, dirigido e apresentado pelo jornalista Michael Barbaro, tornou-se o produto noticioso mais ouvido nos Estados Unidos, com uma média de dois milhões de ouvintes por dia.
A inovação dos métodos informativos não tem, contudo, sido suficiente para aumentar a confiança dos leitores nos “media”.
A oitava edição do Digital News Report do Reuters Institute revela que o grau de confiança nos meios de comunicação diminuiu em dois pontos percentuais para 42%, e que, apenas 49% dos consumidores de informação confiam na imprensa que lêem. No caso de notícias consultadas através das redes sociais, a confiança global é, ainda, menor (23%).
O Facebook continua a liderar a utilização das redes sociais para fins informativos, mas os utilizadores passam mais tempo no WhatsApp e no Instagram. Em países como o Brasil (53%), Índia (52%) e África do Sul (49%), o WhatsApp tornou-se uma plataforma noticiosa essencial.
O Digital News Report observa, igualmente, que o processo de subscrição paga a jornais tem sido lento, apesar da diversificação informativa.
Todos os “media” digitais dependem, em maior ou menor grau, de grandes plataformas, como o Google, o que levanta, ainda, maiores problemas. Esses gigantes tecnológicos conseguiram atrair a maioria dos investimentos na área da publicidade, o que afecta, negativamente, o lucro dos grupos de imprensa.
Os governos começam, porém, a mostrar preocupação com a sustentabilidade e independência dos “media”. A nova lei francesa, por exemplo, prevê que o Google e “browsers” paguem aos jornais pelos resumos de notícias que exibem nos seus agregadores. As mudanças podem ser lentas, mas estão a chegar.