A responsabilidade do jornalismo perante uma polarização política e ideológica
Num mundo onde a polarização política e ideológica é, cada vez mais, um foco na imprensa mundial, um estudo realizado pelos institutos britânicos More in Common e YouGov revelou que “jornais, revistas, telejornais e influenciadores digitais são participantes no processo polarizador ao condicionar a opinião pública a partir da agenda de políticos e governantes”.
O estudo foi citado por Carlos Castilho no Observatório da Imprensa do Brasil, com o qual o CPI mantém um acordo de parceria, que se mostrou preocupado pelo facto de a imprensa ser “participante e parcialmente responsável pelo processo de polarização” em vários países do mundo.
O autor referiu, então, o que fez gerar o aumento das percepções radicalizadas. Estas resultam de dois processos simultâneos: “a tendência dos leitores a formar bolhas de informação e o facto da imprensa continuar a ignorar a complexidade crescente dos factos noticiados”.
As “bolhas de informação” surgem, então, quando os leitores só consomem media que espelham as mesmas opiniões, não dando espaço a uma informação mais diversificada.
Segundo o estudo revelado por Castilho, 30% dos entrevistados, tanto eleitores republicanos como democratas, mostraram posições extremistas em relação a quem não demonstra os mesmos pontos de vista.
Para o jornalista, existem duas alternativas para combater esta tendência. Ou, por um lado, se assume “a estratégia editorial de lamentar a polarização e funcionar apenas como um observador do debate político/ideológico” ou, por outro, se assume que “a avalanche informativa na internet aumentou enormemente a complexidade do noticiário e escancarou a responsabilidade que o jornalismo tem na redução do hiato de percepções”.
Setembro 22
Este perception gap consiste na diferença entre o que alguém considera ser a posição de outra pessoa, e o que esta realmente pensa e a forma como age.
Assim, segundo Carlos Castillo, além da imprensa ter de abandonar a agenda polarizada dos políticos e dos partidos, “precisa de deixar de lado a regra de ouvir os dois lados, porque este procedimento se tornou obsoleto diante da complexidade crescente dos factos e eventos noticiados”.
O Observatório Social para a Inteligência Artificial e Dados Digitais da Universidade Nova de Lisboa considera que é importante “antecipar necessidades futuras” e que, para tal, devem ser...
“A crise da deportação em massa de imigrantes ilegais nos Estados Unidos tornou os pouco mais de 560 projectos informativos, que atendem a comunidades hispânicas norte-americanas, exemplos...
A International Fact-Checking Network (IFCN), do Poynter Institute, anunciou os beneficiários das suas subvenções ENGAGE, ao abrigo do Global Fact Check Fund. A quantia de 2 milhões de dólares...
Embora se definam apenas como plataformas tecnológicas, as redes sociais influenciam as opiniões pessoais. Os especialistas em comunicação, como Rasmus Kleis Nielsen, autor do artigo News as a...
De acordo com Carlos Castilho, do Observatório de Imprensa do Brasil, com o qual o CPI mantém uma parceria, o jornalismo enfrenta, actualmente, dois grandes desafios, nomeadamente,...
Num texto publicado no media-tics, o jornalista Miguel Ormaetxea, reflectiu acerca da receita de publicidade digital dos media, que, em grande parte, fica nas mãos de grandes empresas de tecnologia,...
Num texto publicado na revista ObjETHOS, um dos seus pesquisadores, Raphaelle Batista, reflectiu sobre o papel que o jornalismo teve no Brasil durante 2022, assim como o que deve ser mudado.
Batista...
O Journalism Competition and Preservation Act (JCPA), um projecto de lei que pretendia “fornecer um 'porto seguro' por tempo limitado para algumas organizações de notícias negociarem...
Algumas organizações criaram um novo guia, Dimensions of Difference, para ajudar os jornalistas a entender os seus preconceitos e a cobrir melhor as diferentes comunidades. Este projecto baseia-se...