Além disso, Putin nunca aparece ou é mencionado.


Ainda assim, afirmou Borges, “nada é feito no tom panfletário que, porventura, seria de esperar”.


“Não é feita por russos nem falada em russo; é falada em inglês, em muito bom inglês, por gente de múltiplas nacionalidades. Bem iluminada, bem ‘cenografada’, bem ‘graficada’. Com pivôs, enviados especiais, correspondentes e comentadores, como qualquer canal de informação que se queira ‘sério’”, explica o mesmo jornalista.


Por outro lado, explicam diversas fontes internacionais, quaisquer jornalistas independentes, que queiram reportar sobre a realidade russa, estão a enfrentar perseguições e ameaças.


A BBC, por exemplo,  anunciou a suspensão temporária da actividade dos seus correspondentes na Rússia, uma vez que o Kremlin aprovou uma nova lei, que prevê a detenção de jornalistas que disseminem “fake news”.


Ou seja, neste momento, qualquer profissional, que utilize o termo “guerra”, pode ser detido, uma vez que o Kremlin apenas aprova a expressão “operação militar especial”.


De acordo com o director-geral da BBC, Tim Davie, o novo documento “parece criminalizar o processo do jornalismo independente”.


Já Jonathan Munro, director-interino da BBC News, explicou: “Não vamos retirar os nossos jornalistas de Moscovo. Mas, por enquanto,  

não poderemos utilizar as suas reportagens.


Da mesma forma, a CNN Internacional e a ABC News anunciaram a suspensão das emissões a partir da Rússia.


“Iremos continuar a avaliar a situação, para determinar o nível de ameaça à segurança dos nossos colaboradores”, explicou a ABC News em comunicado.


Contudo, acreditam os correspondentes, o mais provável é que a censura na Rússia continue a acentuar-se.