“Fomos raptados pelo ecosistema digital dos blogs, do Facebook, dos Twitters, do Linkedin para busca de talentos e do Whatsapp que é acessível a toda a gente. Vivemos colados a um ecrã (ou a muitos). Construímos uma realidade paralela a que chamamos o mundo digital. Mas, quase sem querer, o primeiro mundo tornou-se o segundo, porque já é mais importante como nos vemos na Internet do que com que cara nos vemos ao espelho antes de sair de casa.” 

Esta reflexão é de Salvador Molina, presidente do Foro Ecofin e conselheiro da Telemadrid, que parte da designação corrente do “ecosistema digital” para uma definição mais grave, a de um “egosistema” que nos capturou com consentimento próprio. 

O autor reconhece os factos e assume a sua culpa:

“Confesso ser parte da sociedade zombie que deambula em busca do reconhecimento social das redes, da comunicação sem voz e do silêncio monacal do teclado com ecrã. Eu também fui humano um dia. Hoje, confesso-me zombie. (...) E até vários robots humanóides já me pediram amizade pelo Linkedin.”  (...) 

O artigo original, na íntegra, em Media-tics. E mais informação num texto publicado há dois anos em The Guardian, sobre “O Futuro da Solidão”, com a síntese em subtítulo: “Quando mudámos as nossas vidas para online, a Internet prometia-nos o fim do isolamento. Mas podemos encontrar verdadeira intimidade no meio de identidades em mudança e uma vigilância permanente?”