A Nextdoor como plataforma digital pouco transparente sem admitir contra-argumentos …
Nos Estados Unidos, os jornais locais estão a ser substituídos, gradualmente, pela rede social Nextdoor, reportou Will Oremus no “site” “OneZero”.
Segundo recordou Oremus, a Nextdoor foi desenvolvida a pensar nas relações entre vizinhos, facilitando a comunicação no interior das comunidades, e servindo de fórum para a oferta de serviços domésticos.
Porém, com o desaparecimento dos jornais locais, a Nextdoor transformou-se numa plataforma de discussão, debate político, denúncias de corrupção e partilha de informação em geral.
No entanto, a Nextdoor não é transparente e não permite a apresentação de contra-argumentos ou de provas em contrário.
A popularidade da aplicação atingiu o seu pico com a chegada da pandemia, em Março de 2020, altura em que os cidadãos começaram a publicar artigos sobre os supermercados locais, ou sobre onde encontrar máscaras cirúrgicas.
Contudo, os utilizadores só têm acesso às publicações que dizem respeito às suas imediações geográficas. Assim, Oremus baseou a reportagem na comunidade Nextdoor da sua cidade, Newark, no Estado de Delaware.
Naquela comunidade, os cidadãos exercem o papel de “watchdogs”, ao acusarem a administração local de corrupção e de lavagem de dinheiro.Este tipo de actividade assemelha-se à jornalística, mas falha num ponto: a pluralidade de factos e argumentos.
Fevereiro 21
Isto porque, de acordo com a administração do Estado de Delaware, a plataforma não permite a participação de actores políticos.
Assim, o único ponto de vista espelhado é o da comunidade, o que facilita a partilha de “teorias da conspiração”.
Além disso, os moderados da plataforma são voluntários, e não receberam qualquer tipo de formação no âmbito da desinformação.
Por outro lado, a Nextdoor apresenta vantagens relativamente a outras redes sociais, como o Twitter ou o Facebook, já que não funciona com base em seguidores ou “amigos”.
Desta forma, a partilha de informações tem como objectivo a melhoria da qualidade de vida, não sendo motivada pela possível popularidade ou “fama”.
Posto isto, o autor considera que se, por um lado, a Nextdoor tem vindo a colmatar a falta de reportagens locais, por outro, a moderação de conteúdos é insuficiente, não existindo qualquer tipo de contextualização ou preocupação com a verificação de factos.
Assim, tal como acontece noutras redes sociais, a Nextdoor é, também, um fórum de notícias falsas, “teorias de conspiração” e discurso de ódio.
O Observatório Social para a Inteligência Artificial e Dados Digitais da Universidade Nova de Lisboa considera que é importante “antecipar necessidades futuras” e que, para tal, devem ser...
“A crise da deportação em massa de imigrantes ilegais nos Estados Unidos tornou os pouco mais de 560 projectos informativos, que atendem a comunidades hispânicas norte-americanas, exemplos...
A International Fact-Checking Network (IFCN), do Poynter Institute, anunciou os beneficiários das suas subvenções ENGAGE, ao abrigo do Global Fact Check Fund. A quantia de 2 milhões de dólares...
Embora se definam apenas como plataformas tecnológicas, as redes sociais influenciam as opiniões pessoais. Os especialistas em comunicação, como Rasmus Kleis Nielsen, autor do artigo News as a...
De acordo com Carlos Castilho, do Observatório de Imprensa do Brasil, com o qual o CPI mantém uma parceria, o jornalismo enfrenta, actualmente, dois grandes desafios, nomeadamente,...
Num texto publicado no media-tics, o jornalista Miguel Ormaetxea, reflectiu acerca da receita de publicidade digital dos media, que, em grande parte, fica nas mãos de grandes empresas de tecnologia,...
Num texto publicado na revista ObjETHOS, um dos seus pesquisadores, Raphaelle Batista, reflectiu sobre o papel que o jornalismo teve no Brasil durante 2022, assim como o que deve ser mudado.
Batista...
O Journalism Competition and Preservation Act (JCPA), um projecto de lei que pretendia “fornecer um 'porto seguro' por tempo limitado para algumas organizações de notícias negociarem...
Algumas organizações criaram um novo guia, Dimensions of Difference, para ajudar os jornalistas a entender os seus preconceitos e a cobrir melhor as diferentes comunidades. Este projecto baseia-se...