A missão do jornalismo é atravessar “pelo ruído do mundo”
Interrogado sobre o seu projecto, nas novas funções a que foi chamado, afirma que o papel dos que constituem o Instituto Reuters é o de pensarem sobre como podem contribuir “para que os jornalistas, em todo o mundo, possam enfrentar estes desafios e estas oportunidades de uma posição de força”.
“Como podem aprender uns com os outros? Como podem aprender com empresas de media de que muitas vezes nunca ouviram falar, que estão em lugares muito distantes? Como podem aprender de coisas que acontecem fora da indústria dos media, noutras profissões ou noutros campos da prática humana, de que possam beneficiar? Como podem aprender da investigação, a que fazemos aqui no Instituto Reuters, mas também a que é feita por outras pessoas, estudando jornalismo ou coisas inteiramente diferentes?” (...)
Muitos dos desafios que enfrentamos - afirma Rasmus Kleis Nielsen - seriam facilitados “se fosse mais claro, para os cidadãos e para a sociedade no seu conjunto, que o jornalismo é tão valioso como eu penso que é - mas eu não sou o único que temos de convencer. Eu acredito que o jornalismo, com todas as suas muitas imperfeições, pode ser importante e uma força poderosa e benéfica para a sociedade”.
“A questão é: como podem os jornalistas demonstrar que, de facto, tornam o mundo um lugar melhor para as outras pessoas?” (...)
“O jornalismo está sob uma pressão incrível, da parte de alguns governos, de alguns políticos, de alguns grupos na sociedade que não acreditam no poder da Imprensa livre ou no seu papel nas sociedades. Se o jornalismo tem de se bater com esses poderes, tem de o fazer de uma posição de força, em que o público acredite no valor do jornalismo.” (...)
Uma coisa que académicos e jornalistas têm em comum - afirma ainda o entrevistado - é que o seu primeiro dever é no sentido da “melhor versão possível da verdade - sabendo que a verdade é um desafio complicado - a questão de como se descobre o que está realmente em causa” [ou “o que realmente aconteceu” - no original, what is actually the case].
Por vezes, a comunidade académica tem-se “voltado para dentro” neste debate sobre o que está a acontecer no mundo, e Rasmus Kleis Nielsen defende que o Intituto Reuters pode colher as melhores tradições da vida académica para produzir conhecimento confiável, robusto e preciso, pondo-o ao serviço dos jornalistas em todo o mundo. (...)
A entrevista aqui citada, na íntegra em texto, bem como em vídeo.
Uma biografia de Rasmus Kleis Nielsen