A mentira usada como ferramenta digital para influenciar a opinião pública
O Projecto Lakhta, que decorreu entre 2015 e 2016, teve como objectivo influenciar as eleições nos Estados Unidos, promovendo a exacerbação de factos que realmente aconteciam durante a campanha, e debatendo temas polémicos como a religião, os conflitos raciais, a homossexualidade, a imigração ou, ainda, a legislação sobre o uso de armas no país.
E o seu funcionamento era simples: um grupo estimado entre 400 a mil pessoas, segundo dados da investigação do FBI – preparavam, a partir de São Petersburgo, mensagens radicais, verdadeiras e falsas, que eram publicadas em páginas e perfis do Facebook.
Criaram-se, ainda, centenas de perfis falsos para massificar as mensagens e chegar a mais gente. Um método semelhante foi utilizado no Twitter, onde dezenas de contas automatizadas (bots), “retuitavam” as publicações. No Google, recorreu-se à inserção de publicidade e o YouTube alojou mais de um milhar de vídeos.
Miguel Ángel Ossorio Veja, reflecte sobre o problema de fundo que na sua opinião, é menos, ideológico, social ou politico, mas sim de educação.
A maioria das mensagens que influenciaram as campanhas eleitorais nos Estados Unidos, bem como as suas réplicas na Europa, eram facilmente desmontadas através de uma simples pesquisa no Google e o acesso a meios de comunicação idóneos.
O problema é que o público-alvo destas mensagens não se socorre de meios sérios, apenas leem as noticias em redes sociais, alheando-se dos meios alternativos.
Os utilizadores de redes sociais são, desta forma, meros “peões” de uma trama que se aproveita da sua situação para conquistar um objectivo acabando eles por serem as vitimas.
O autor insiste na necessidade da importância do papel dos meios de comunicação profissionais, como refugio contra a mentira a desinformação, uma vez que estes são sujeitos a normas e leis que garantem a veracidade dos seus conteúdos. Há ,actualmente mais meios de comunicação do que nunca e raramente houve condições tão propícias para para comparar conteúdos.
O autor conclui propondo que, se a palavra do ano de 2016 foi “pos-verdade” a do ano de 2018 seja “confirmar", e que esta acção não seja património exclusivo dos jornalistas.
Leia aqui na íntegra o artigo de Miguel Ángel Ossorio Veja